Desembargador lança livro “Tributo à Cidadania”

O desembargador Manoel Pascoal Nabuco D´Avila lança hoje, 26, a partir das 18h, no hall do Tribunal de Justiça o seu livro “Tributo à Cidadania”, que tem como sub-título “Minha Opção de Servir à Sociedade”.

É um trabalho de fôlego, num alentado volume de 454 páginas, fartamente ilustrado, onde o autor faz um histórico da vida política sergipana, a partir da redemocratização da segunda metade dos anos 40. Ex-prefeito de Estância – foi eleito em 1962, aos 24 anos de idade – foi cassado pelo golpe militar de 1964 e, anos depois, condenado a um ano e meio de prisão, dos quais cumpriu oito meses, absolvido que foi pelo Superior Tribunal Militar. Com a redemocratização e já livre das penas impostas pela “redentora” foi Procurador Geral do Estado, Chefe da Casa Civil no primeiro governo do dr. João, e, por fim, desembargador. Aposenta-se agora em agosto quando completará 70 anos de idade.

Pascoal Nabuco tem uma visão privilegiada da política sergipana. Mesmo cassado, não deixou de acompanhar o xadrez da política e em seu livro mostra que em 25 anos o Estado foi governado pelo mesmos nomes: João Alves, Antônio Carlos Valadares e Albano Franco.

À pág. 103, ele escreve: “É como se o nosso eleitorado estivesse condicionado a somente votar nesses nomes para governá-lo. Tal fato, porém, decorrer não somente do real prestígio que essas lideranças souberam granjear em Sergipe em razão das obras que realizaram como governador, mas também resulta de razões pouco explicitadas. Em verdade, tal fato deve-se à estreiteza do quadro político estadual. Os nossos líderes políticos tendem a não admitir a formação de quadros a seu redor. Assim ocorreu com vários lideres no passado. Agora, ocorre com João Alves, Valadares e Albano Franco. O mesmo se diga de Marcelo Deda que, nesses 20 anos, se apresenta como opção política quase única do seu partido, ao lado de José Eduardo Dutra. Que o digam Ismael Silva, Renato Brandão, Marcelo Ribeiro e Carlos Britto, sempre preteridos em suas aspirações políticas pelo comando do PT”.

Sobre Jackson Barreto: “De Jackson, que ora está com João contra os Franco, ora com estes contra aquele; ora contra Deda, ora a seu lado, e depois de combater uns e outros, porém, não se pode dizer que não propiciou á ascensão política de seus liderados. Assim é que fez Benedito Figueiredo Vice-Governador por duas vezes e Wellington Paixão, Almeida Lima e João Gama, Prefeitos de Aracaju. Desses, mantém-se, ainda, como seu aliado João Gama, que tem conseguido permanecer ao lado do líder, apesar do conflituoso relacionamento da criatura com o seu criador”.

Não é comum ver-se um desembargador, em pleno exercício do mandato, oferecer opiniões de ordem política tão liberais. É preciso ler “Tributo á Cidadania”.

Por Ivan Valença 

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