Este é o primeiro momento de greve no governo do sr. Marcelo Déda. Como ele não se encontra em Aracaju – deve retornar de Brasília ainda hoje – não houve um diálogo entre os grevistas e a direção da Deso. Na tribuna da Assembléia, o deputado César Mandarino levou uma extensa prestação de contas catalogando as dívidas da empresa. De FNDE, o DESO tem dívidas que totalizam R$ 218.931,00. A empresa conseguiu o parcelamento e já pagou por 43 meses, restante 67 parcelas. De Cofins, o Deso deve R$ 3.019.511,93 e de PIS-PASEP, R$ 608.661,46. Em ambos os casos, houve parcelamento e a empresa tem ainda 77 parcelas a pagar. O INSS tem cinco processos que foram também parcelados, devendo-se ainda hoje 137 parcelas, no valor total de R$ 14.054.250,19. Na gestão do sr. Victor Mandarino foram tomados empréstimos assim relacionados: Bic Banco, R$ 9.830.000,00. Daycoval, R$ 9.880.481,10. No Indusval, R$ 9.876.000,00 e novamente no Bic Banco, R$ 4.920.000,00, todos empréstimos para pagamentos do programa ‘Água em Toda Casa’ e na duplicação da Adutora do São Francisco. Foram usados também em obras de ampliações e novos sistemas de abastecimentos de água, como povoados em Carira, Pinhão, Canhoba, Praia dos Abais e Praia do Saco. Para viabilizar a aposentadoria de funcionários antigos (o sr. Victor Mandarino informa que havia funcionários com 52 anos de empresa e 72 anos de idade trabalhando), o governo tomou emprestado R$ 1.100.000,00. Mas a Deso, segundo estes documentos, tem uma enormidade de créditos a receber. Só de órgãos públicos são R$ 46.528.872,05, incluindo a dívida da prefeitura de Aracaju que é de R$ 14.746.576,63. De particulares, a dívida acumulada é de R$ 69.086.214,40, totalizando R$ 15.615.086,40. A arrecadação da DESO cresceu 90% entre janeiro de 2003 e dezembro de 2006. Segundo Victor Mandarino, em janeiro de 2003, a arrecadação foi de R$ 7.900.000,00 e em dezembro de 2006, esta arrecadação foi de R$ 15.000.000,00.
Enquanto os servidores da Deso faziam greve ontem, 6, reivindicando entre outras coisas, um reajuste salarial de 2,5%, o deputado César Mandarino, na tribuna da Assembléia Legislativa fazia uma defesa do irmão, Victor Mandarino, ex-presidente da companhia e acusada por deputados situacionistas de uma gestão predatória. César Mandarino / Foto: Cesar de Oliveira
Os servidores da Deso recusaram-se a trabalhar – e o gesto pode-se repetir – porque a empresa, desde novembro, recusa-se a assinar o contrato coletivo de trabalho que prevê um pequeno reajuste. Até a Imprensa foi proibida de entrar no prédio da empresa, o que fez com que os servidores viessem para a rua emprestar solidariedade aos jornalistas.Contas
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Por Ivan Valença
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