Esta quarta-feira, 4, é o prazo limite para os ocupantes da obra do hotel Brisa Mar, na zona sul da capital, desocuparem a área. Cerca de 300 famílias estão vivendo no local há um mês e prometem que vão resistir ao mandato de despejo. 
Na manhã desta segunda, 2, uma comissão formada por oficias da polícia militar que compõem o Gabinete de Gerenciamento de Crises e Conflitos estiveram na ocupação, que foi denominada 1° de Maio, para tentar negociar a saída pacífica do prédio. “A motivação dos ocupantes é de resistência e isso preocupa”, explica o Coronel Luis Fernando, coordenador do gabinete. Ele afirma que o uso da força será o último recurso.
“Uma situação como esta é sempre muito delicada. Entendemos que com a desesperança de ter um lugar para ficar, as pessoas tendem a radicalizar. Mas a única alternativa hoje é fazer cumprir a decisão”, explica. O mandato de reintegração da área foi expedido no dia 1° de maio e a Justiça entende que já se passou muito tempo, daí a necessidade do cumprimento da decisão o mais breve possível.
A operação será executada pelo comando de policiamento da capital e deverão ser utilizados ônibus e caminhões para transportar as pessoas e seus pertences. No entanto, as famílias que ocupam o prédio prometem que vai resistir. A coordenação do Movimento Organizado dos Trabalhadores Urbanos (Motu) que lidera a ocupação diz que está orientando as pessoas pra tentar resolver a situação da melhor forma possível. 
Marcos Simões diz que o sentimento é de resistência
“Enquanto movimento, entendemos que é difícil de ter uma desocupação pacífica. O povo quer resistir até que algum órgão público chegue perto para alguma negociação. Estamos dispostos a permanecer”, afirma Marcos Simões, um dos coordenadores do Motu. Segundo ele, nesta terça-feira, 3, os moradores da invasão poderão sair às ruas da cidade em protesto contra desocupação do prédio.
Nesta terça-feira o Portal Infonet irá publicar uma matéria especial sobre as condições de moradia no espaço e sobre as perspectivas dos atuais habitantes da obra inacabada.
Por Carla Sousa
