Quem não tem tempo para os afazeres domésticos sabe como é necessário contratar alguém que execute esses serviços em troca de remuneração. Mesmo sendo imprescindível em algumas residências, a empregada do lar ainda está longe de ser uma profissão valorizada e respeitada. Hoje, dia 27 de abril, é o dia da doméstica, mas de acordo com Jaqueline Santana, secretária da Escola Casa da Doméstica ‘Dom José Vicente Távora’, esta profissional não tem muito a comemorar. “A grande maioria não consegue fazer valer seus direitos. Apesar do trabalho duro, os patrões querem fazer acordos e não assinar carteira de trabalho e nem pagar o FGTS. Com isso, elas ficam totalmente descobertas”, alega.
Um salário mínimo por mês com direito a férias e ao 13º salário é o que prevê a regulamentação do trabalho da empregada doméstica. No entanto, são muitas as profissionais que aceitam trabalhar sem o mínimo dos direitos contemplados. “Hoje temos cadastradas 9758 domésticas na Casa da Família. Elas são de todo o estado, mas sabemos que muitas também não se inscreveram aqui na escola”, diz Jaqueline, relatando que não fazem idéia do total de funcionárias que trabalham com ou sem carteira assinada.
A delegada Regional do Trabalho no Estado, Lourdes Correia, comenta que esta profissional tem os mesmos direitos que o trabalhador comum. A exemplo do seguro desemprego, salário família, pagamento de hora extra, jornada de trabalho fixada por lei, adicional por trabalho noturno e estabilidade. “O assunto é complexo e cada caso deve ser analisado a parte. Quando a empregada tem vínculo empregatício, terá alguns direitos assegurados pela Constituição Federal como pagamento de salário fixo, INSS, 13º salário, férias, repouso semanal remunerado, aposentadoria, auxílio doença e licença maternidade de 120 dias”, explica.
Ela ressalta que recebeu informações de que muitas profissionais que vêm do interior sergipano estão recebendo apenas R$ 100 ou R$ 150 pelo serviço doméstico. Além dos serviços diários elas ainda são lesadas em seus direitos. “A maioria o faz por necessidade, mas também por falta de informação”, alega.
Jaqueline Santana explica que a Casa da Doméstica além de explicar os direitos desta profissional, também ajuda a ela a melhorar seus conhecimentos. “Tem mulheres demitidas de fábricas que chegam aqui querendo ser domésticas, mas não sabem os afazeres de uma casa. Aqui temos os cursos de culinária, babá, como cuidar de idoso, limpeza, além de cursos de primário e ginásio com duração de dois e um ano, respectivamente. Na escola, elas também aprendem como manusear eletrodomésticos, como microondas e máquinas de lavar”, diz. Na Casa da Doméstica as empregadas fazem cursos de reciclagem e esperam ser chamadas para o emprego
A secretária comenta que por dia cerca de 60 mulheres procuram a Casa da Doméstica em busca de emprego. O número chama a atenção das profissionais ligadas à casa de apoio, já que uma das razões para este desemprego é o aumento do salário mínimo. “Todos os anos quando é anunciado o reajuste do salário mínimo, há uma demissão em massa”, diz.
A secretária do lar não tem só direitos, mas deveres que devem ser lembrados e cumpridos. De acordo com a cartilha do Ministério do Trabalho, ao ser admitida, ela deve apresentar alguns documentos como a carteira de trabalho, o carnê de pagamento do INSS, atestado de saúde (se o empregador exigir) e carta de boas referências. Se for demitida ou pedir demissão, deverá entregar a carteira de trabalho ao empregador para que ele faça os procedimentos legais.
Profissão
Segundo o Ministério do Trabalho, cozinheiro, governanta, babá, lavadeira, faxineira, vigia, motorista particular, enfermeira do lar, jardineiro, copeira são os profissionais considerados domésticos, desde que o local onde trabalham não seja comercial.
Pela Lei 5.859 de 11 de dezembro de 1972, que ampara a profissão, doméstico é toda e qualquer pessoa, homem ou mulher, que presta serviços de modo contínuo em local residencial, sem fins lucrativos para o empregador.
As empregadas domésticas que quiserem esclarecer dúvidas e pedir orientações ou informações sobre os cursos e direitos devem ligar para a Casa da Doméstica – 3214-4578.
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