Os garis são os profissionais da limpeza que recolhem o lixo das residências, indústrias e edifícios comerciais, além de varrer ruas, praças e parques. Também capinam a grama, lavam e desinfetam vias públicas. Simone Conceição chama a atenção dos colegas e dos moradores das ruas onde trabalha. Ela revela que gosta de ir trabalhar arrumada e que se preocupa com o uniforme e a aparência. “Nós trabalhamos com lixo, mas não somos lixo”, ressalta ela, comentando que tem um carinho especial pela rua José do Prado Franco. Ela diz que apesar do fiscal selecionar os locais que cada gari vai trabalhar, eles costumam freqüentar os mesmos locais já que são responsáveis pelo centro da cidade. “Com esse trabalho diário procuro fazer amizades, sempre recebo água, suco, lanche e às vezes tem gente que quer dar dinheiro. Tem ruas que quando eu saio fico sabendo pelos colegas que perguntaram por mim e isso dá muito orgulho”, comenta. A Casa do Gari fica na rua Airton Teles e serve como apoio para os profissionais da limpeza. Lá eles podem trocar de roupa, tem armários para guardar seus pertences, banheiros, tomam café e assistem aulas. “Este ponto é para os garis da Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb), que ao todo são 39 garis mais sete fiscais, que se dividem pelo turno do dia e da noite. Aqui eles têm alfabetização e um ponto para tomar banho, guardar pertences e almoçar”, explica Marcos Oliveira. Outra preocupação desses profissionais é quanto a segurança. De acordo com o supervisor do Centro da Cidade, Marcos Oliveira, antigamente o perigo era maior para os garis que trabalhavam à noite, pois alguns eram atropelados por carros em vias escuras. “Hoje com o colete refletivo isso diminuiu bastante. Outra exigência nossa é que eles não deixem de usar as luvas, pois as pessoas ainda não separam seus lixos e colocam vidros e agulhas em sacos de plásticos e eles podem se acidentar e pegar alguma doença”, alega. O coletor Antônio Silva trabalha há cinco anos e três meses na profissão. Ele diz que as dificuldades sempre existem, mas o que mais acontece com os trabalhadores são os acidentes de trabalho. Lopes destacou que é normal um coletor se cortar enquanto está pegando o lixo, porque as pessoas não têm muito cuidado com a forma de embalar. “ Às vezes, a pessoa quebra um copo dentro de casa e coloca numa sacola de supermercado para jogar fora. Os coletores pegam aquela sacola sem saber o que tem dentro e acaba se cortando”, conta. Café da manhã comemorativo Para a coordenadora da Assessoria de planejamento, Célia Bastos, a Emsurb se preocupa em todos os anos em promover eventos com intuito de homenagear e mostrar para a população através dos veículos de comunicação os que executam diretamente a limpeza da capital. “Nosso maior objetivo com o café da manhã é homenageá-los em seu dia, conscientizando-os de sua importância para toda a capital, além de incentivarmos a interação entre eles e outros setores da empresa”, explica.
Apesar de imprescindíveis para a manutenção da limpeza das cidades, o gari quase sempre passa despercebido nas ruas. As pessoas costumam considerar o trabalhador braçal como seres invisíveis. O gari enfrenta o drama da ‘invisibilidade pública’, ou seja, quando somente sua função é percebida e não a pessoa.
Não se importando com esta percepção condicionada da sociedade, a empregada da limpeza pública (conhecida popularmente como margarida), Simone Conceição Silvana, trabalha na profissão há 19 anos e afirma que tem muito orgulho do que faz. “Gosto de ver a cidade limpa, depois que a gente passa a rua fica ‘um brinco’”, comenta ela que tem 19 anos na profissão.
Ao contrário de muitos colegas de profissão, Simone relata que tem o que comemorar no dia de hoje, quando é festejado o Dia do Gari. Ela comenta que apesar de não ter acabado o ensino fundamental trabalha por um salário superior a muitas outras pessoas que não a ‘enxergam’. Atualmente, um gari efetivo ou seletista recebe salário base, salário família, insalubridade, vales alimentação e transporte e horas extras, valor que pode chegar a R$750. “Eu sei que o trabalho é duro e o que ganhamos deveria ser maior. Mas não adianta só reclamar”, reflete. Simone: “Nós não somos lixo”
As dificuldades da profissão não são poucas e Simone Silvana comenta que o sol e as chuvas são as piores delas. “Claro que tem chateações como quando você acabou de limpar um trecho e uma pessoa passa e joga o lixo no chão limpinho”, diz ela que tem jornada tripla. “Além de trabalhar nas ruas sou dona-de-casa, tenho quatro filhos e sempre deixo almoço pronto antes de sair de casa. Chego na Casa do Gari às 7h e tenho aula até às 8h30, depois vou para a rua e 12h volto para almoçar aqui. Às 14h volto para o trabalho nas ruas e saio às 17h”.Com os garis da Emsurb, a cidade de Aracaju conta com 1200 profissionais da limpeza, sendo a maioria terceirizados. “A Torre, que é a empresa responsável, reúne logo cedo e leva para os lugares onde serão divididos”, explica Helber Andrade, assessor de comunicação da Emsurb.
Segurança
A Prefeitura de Aracaju vai marcar o Dia do Gari, comemorado hoje, 16, com a realização de um café da manhã para todos os agentes de limpeza da cidade. A recepção será no Espaço Emes, a partir das 8 horas, para ressaltar a importância da atividade e do agente de limpeza para a cidade de Aracaju.
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