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Quatro tartarugas fêmeas foram mortas este ano nas praias aracajuanas durante a desova, vítimas de ataques de cachorros. Equipes do Projeto Tamar estão fazendo o monitoramento das áreas onde ocorreram os ataques para identificar os proprietários dos animais que poderão ser responsabilizados por crime ambiental, já que são animais em extinção, e as mortes desses animais representam grande impacto ambiental.
Fábio Lira, biólogo do Projeto Tamar, explica que casos como este já aconteceram na praia do Abaís e Ponta dos Mangues, e que os ataques têm características próprias. “Além dos rastros que ficam na areia, as mordidas são sempre nos mesmos lugares, nas nadadeiras anteriores e no pescoço. As tartarugas quando estão na postura elas ficam imóveis e não esboçam nenhum tipo de reação sendo vítimas fáceis para os cães, que também não tem culpa porque são animais com instinto de caça”, conta.
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Os ataques, de acordo com Fábio, aconteceram entre os bares Moqueca Alagoana, Cavalheiro e Parati, na praia do Mosqueiro. Equipes do Tamar estão fazendo buscas no local no intuito de identificar os donos dos animais e conscientizar a população.
“Como as notícias se propagam rápido, hoje nossas equipes já não encontraram mais cachorros na praia, acreditamos que os proprietários estão prendendo os animais. Esperamos que situações assim não voltem a acontecer. Nesse primeiro momento estamos tentando achar os donos desses animais e conscientiza-los, mas se a situação persistir será iniciado um processo ambiental que pode ser encaminhado para a justiça federal, já que são animais em extinção, e essas pessoas podem ser responsabilizadas por crime ambiental”, alerta.
Dano Ambiental
Fábio explica que essas fêmeas que estão morrendo estão na fase de maturação sexual, período mais importante das espécies silvestres. “A cada mil filhotes que nascem apenas um ou dois chegam à idade adulta. Essas fêmeas estão na fase reprodutiva, pondo seus ovos, e quando morrem deixam de contribuir para a continuidade da espécie que já está em extinção. A espécie já enfrente problemas de reprodução por conta da pesca, da ocupação das praias, da iluminação artificial, e agora ataques de cachorros domésticos. Somando tudo isso, o impacto ambiental é enorme e a população precisa ter consciência disso”, ressalta o biólogo.
Por Karla Pinheiro
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