Dor e comoção no velório do sargento Sílvio Diógenes

Coronel Rezende: "Precisamos de uma condição de segurança melhor" (Fotos: Portal Infonet)

Dor e comoção marcaram o velório do sargento da Polícia Militar de Sergipe, Sílvio Diógenes Santos, 48, assassinado na frente do filho de 19 anos na noite desta terça-feira, 17 no bairro Suissa, ao reagir a um assalto. Colegas de trabalho, familiares e amigos não se conformam com o aumento da violência em todo o estado.

“É uma lembrança muito profunda porque quando eu cheguei de Porto da Folha, com sete anos e fui estudar no Colégio Manoel Luis, eu conheci Silvio aqui nas proximidades da Caixa D’Água e nós jogávamos bola na rua de Riachão. São lembranças grandes. Quando ele entrou na polícia eu brincava com ele que não tinha jeito de militar. Era muito humano, muito amigo, simpático, acolhedor e brincalhão demais e ele me respondia: ‘eu já sou seu soldado’. Silvio sempre foi meu irmão, é uma perda enorme, meu coração nesse momento está cortado ao meio. Morreu na presença do filho. Estou estarrecido e preocupado com a segurança cada vez mais crescente no nosso estado, nunca vi tantos homicídios durante todo o meu tempo de policial, de comando da Polícia. Precisamos de uma condição de segurança melhor para o nosso povo”, destaca o ex-comandante da Polícia Militar de Sergipe, coronel Aécio Rezende.

Conceição dos Anjos, amiga da família: "Vi Silvio brincando de carrinho"

“Eu sou amiga da família desde sempre, uma amizade de mais de 30 anos nas proximidades do Centro de Criatividade. Eu vi Silvio brincando de carrinho, sou muito amiga da irmã dele, Nildete e ele era um menino muito bom, muito tranquilo e a gente só tem a lamentar toda essa falta de educação que leva a essa falta de segurança”, lamenta a professora Conceição dos Anjos.

“Meu irmão foi dormir ontem na casa da minha mãe. Ele sentiu a necessidade de dormir com ela, passou lá deixou as coisas e foi com o filho assistir ao jogo em um barzinho quase em frente para depois voltar. Parece que ele estava prevendo o que ia acontecer, uma coisa inexplicável. Independente de ser menor ou maior, a gente só tem a lamentar essa violência que está crescendo no nosso estado. Uma coisa que já foge do controle”, afirma o professor José Valter Santos.

José Valter, irmão: "Ontem ele teve a vontade de ir dormir com a nossa mãe"

“É um momento muito triste para todos nós que somos amigos, nós costumávamos pescar juntos e ontem à tarde nos falamos para marcar uma pescaria. À noite, eu estava dando aulas quando me ligaram pedindo que eu fosse até o barzinho e infelizmente quando cheguei ao local, já encontrei o pessoal do Samu e o irmão que é médico, fazendo massagens torácicas. Silvio era uma pessoa muito brincalhona, muita amiga, muito parceira. A gente só tem a pedira à Deus que lhe reserve um bom lugar no Céu ao seu lado, porque ele deixou uma família e muitos amigos que gostam muito dele”, completa o professor universitário Florival Souza.

Silvio Diógenes deixa esposa e cinco filhos, o que estava com ele no momento do assalto, continua hospitalizado, tendo sido alvejado no braço, mas está fora de perigo. O velório acontece no OSAF da rua Itaporanga e o sepultamento será às 16h no Cemitério Santa Izabel.

Disparos

Professor Florival: "Nós pescávamos juntos, éramos amigos-irmãos"

O Relações Públicas da Polícia Militar, tenente-coronel Paulo Paiva destacou que a polícia trabalha intensamente para identificar os autores dos dois disparos que atingiram as pernas de Silvio Diógenes, atingindo a veia femural.

“Testemunhas no local contaram que os dois elementos que entraram no estabelecimento anunciando o assalto, fugiram e entraram em um carro, um GM Corsa Sedam de cor prata, estacionado na esquina da Av. Edézio Vieira de Melo, onde um terceiro elemento estava esperando e fugiram. Não temos a confirmação se Silvio Diógenes estava armado, ele tinha uma pistola ponto 40 que sumiu, podendo ter sido levada pelos marginais. Em nome do comando e da família militar, nós estamos enlutados e empenhando toda a nossa solidariedade à família. Estamos consternados com o passamento de mais esse companheiro que sacrificou sua família para defender a sociedade e morreu de forma heroica, exercendo o papel de policial, mesmo de folga ele assumiu esse compromisso e pagou com a vida. Agora cabe a nós que aqui estamos trabalhar para que esses elementos sejam responsabilizados”, enfatiza.

                                                                                                       

Paulo Paiva: "Silvio Diógenes assumiu o papel de policial mesmo de folga"

Por Aldaci de Souza

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