Embrapa alerta para nova praga, em Sergipe

Folha de coqueiro com amarelecimento e necrose (Foto: Ivan Marinovic Brscan/Embrapa)

Pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), na unidade de Aracaju, detectaram recentemente a presença do ácaro-vermelho-das-palmeiras em Sergipe. Conhecido cientificamente como Raoiella indica, pode atacar coqueiros, bananeiras, dendezeiros e mais de noventa espécies de plantas, principalmente palmeiras, causando o amarelecimento severo e necrose das folhas e consequentemente a redução drástica da produtividade, principalmente em plantas novas e mudas em viveiros.

A constatação da praga ocorreu após os pesquisadores examinarem folíolos (parte das folhas) de coqueiros com sintomas de amarelecimento em diferentes bairros de Aracaju. O primeiro registro do ácaro-vermelho-das-palmeiras no Brasil foi em 2007, em Roraima e há registros dessa praga no Amazonas, Ceará e São Paulo. “Ações emergenciais são necessárias para evitar prejuízos aos cultivos de palmeiras, como o coqueiro, e as musáceas como a bananeiras e outras plantas ornamentais em Sergipe”, alerta Adenir Vieira Teodoro, pesquisador entomologista da Embrapa Tabuleiros Costeiros, sediada em Aracaju.

Por esse motivo, a Embrapa Tabuleiros Costeiros promoveu uma reunião técnica e treinamento de reconhecimento e manejo do ácaro-vermelho-das-palmeiras, no dia 14 de dezembro de 2015, para técnicos ligados à defesa vegetal da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe – Emdagro.

“Estamos atentos ao ácaro-vermelho-das-palmeiras e tomaremos todas as medidas necessárias para controlar a praga” afirmou Maria Aparecida Andrade Nascimento, coordenadora de Defesa Vegetal da Emdagro, presente na reunião técnica na Embrapa Tabuleiros Costeiros, em Aracaju. Segundo Aparecida, a Emdagro fará um levantamento da presença do ácaro-vermelho-das-palmeiras em municípios de Sergipe além do monitoramento de viveiros de mudas.

O entomologista Adenir Teodoro relata que o ácaro-vermelho-das-palmeiras tem um alto poder reprodutivo, pois uma fêmea pode colocar até 160 ovos. “Embora minúscula, a praga é facilmente identificada a olho nu, pela sua cor vermelha intensa, nas partes de baixo dos folíolos dos coqueiros, especialmente onde já estão amareladas. No entanto, é mais fácil com uso de lupa de bolso de pelo menos 10 vezes de aumento”, disse.

Para prevenção da praga, ele recomenda o manejo integrado com diversas medidas complementares. Recomenda-se a aquisição de mudas não atacadas em casos de plantios novos e uso de cerca viva, pois o ácaro é transportado pelo vento. No entanto, a implantação de cercas vivas, além de ser onerosa pode não ser suficiente. Caso a plantação já esteja atacada, recomenda-se a coleta e destruição de folhas muito atacadas, evitar transporte de material vegetal e sacarias infestadas.

Segundo ele, o controle químico é muito caro e não há agrotóxicos registrados no Brasil para o  controle dessa praga. Por isso, a Embrapa está iniciando pesquisas sobre a eficiência de óleos brutos vegetais, como o de algodão, no controle do ácaro-vermelho-das-palmeiras. Esses óleos vêm sendo usados no controle alternativo de outras pragas do coqueiro, como o ácaro-da-necrose, e possuem como vantagem adicional a baixa toxicidade a inimigos naturais.

A boa notícia é que, de acordo com o pesquisador da Embrapa, existe controle biológico natural, pois o ácaro-vermelho-das-palmeiras tem vários predadores como Joaninhas, crisopídeos, além de ácaros, também predadores, e fungos que causam doenças a ácaros. Essas opções também serão pesquisadas pela Embrapa para compor programas de manejo integrado desta praga com o uso de óleos brutos vegetais associados ao controle biológico natural.

Fonte: Ascom Embrapa 

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