Emdagro intensifica monitoramento da praga cochonilha-do-carmim

Inseto causa riscos à palma forrageira, base da alimentação animal e da economia da região

Chegada da praga ao estado foi identificada por técnicos da Emdagro e, desde então, desencadeou um trabalho de vigilância ativa (Foto: Ascom/Emdagro)

No sertão sergipano, a palma forrageira ocupa um papel que vai muito além de uma simples planta. Presente na paisagem e na rotina de milhares de famílias, ela garante alimento ao rebanho, sustento ao agricultor e segurança à pecuária. Mas essa cultura, de forte valor socioeconômico, enfrenta um desafio crescente: a cochonilha-do-carmim (Dactylopius opuntiae), uma praga que, embora não seja considerada quarentenária, pode causar sérios prejuízos se não for controlada. A chegada da praga ao estado foi identificada por técnicos da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro) e, desde então, desencadeou um trabalho de vigilância ativa.

A resposta envolve a aplicação do Plano de Contingência da Cochonilha-do-Carmim, que define estratégias de prevenção, controle e conscientização dos produtores. Mais do que um problema fitossanitário, a cochonilha ameaça um patrimônio cultural e econômico do sertanejo. “Estamos reforçando a importância da vigilância ativa e da comunicação imediata de qualquer foco suspeito. Esse trabalho coletivo é fundamental para garantir a proteção da cadeia produtiva da palma, que tem grande relevância socioeconômica para o estado de Sergipe”, explicou a diretora de Defesa Animal e Vegetal da Emdagro, Aparecida Andrade.

As principais recomendações feitas aos agricultores incluem a erradicação da área em caso de infestação confirmada, com uso restrito da palma para alimentação do rebanho da própria propriedade, e a substituição gradual da variedade gigante, mais suscetível, por materiais geneticamente resistentes, como a palma miúda, a mexicana e a IPA Sertânia.

Produtores que receberam a visita da equipe técnica relatam a importância da ação. Para o agricultor José Valdir Vieira Silva, de Porto da Folha, o contato com a Emdagro trouxe mais segurança. “O trabalho é de suma importância porque vem proteger o produtor que já vive seus desafios, ainda mais com uma praga como essa. Então, receber a orientação dos técnicos da Emdagro deixa a gente mais seguro para não sofrer tanto as consequências dessa praga”, afirmou.

Feliz por não terem sido identificados indícios da presença da cochonilha-do-carmim em seu plantio, o agricultor Adilson Pereira de Barros, do povoado Museu do Matuto, também em Porto da Folha, agradeceu pela presença da equipe técnica da Emdagro e ressaltou o trabalho que vem sendo feito na prevenção contra a praga. “É muito importante porque se a gente não sabe das coisas e vem alguém para explicar, é uma coisa boa demais. Com as orientações passadas, já sei que vou ter que passar a cultivar as variedades mais resistentes a essa doença”, contou ele.

O esforço não é apenas técnico, mas também educativo. A conscientização do agricultor é apontada como a linha de frente dessa batalha. Cada suspeita comunicada e medida preventiva adotada ajudam a manter viva a cadeia produtiva da palma, essencial para a pecuária no semiárido.

“No fim das contas, a luta contra a cochonilha-do-carmim não é de um dia, mas de todos. Um desafio contínuo que une ciência, vigilância e tradição para proteger a base da produção animal no sertão sergipano”, detalhou o coordenador de Defesa Vegetal da Emdagro, Alberto Ferreira do Nascimento Junior.

Fonte: Governo de Sergipe

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