Os proprietários de provedores de internet de Sergipe denunciam os constantes furtos de cabos de fibra ótica e de equipamentos de conexão nos postes de energia. Os empresários pedem providências ao poder público e alegam que os crimes aumentaram consideravelmente durante a pandemia.

O empresário Ailton Alves conta que todos os dias, tanto na capital como no interior, há registros de furtos de cabos de fibra ótica e das caixas de conexão que ficam nos postes. “Temos um grupo com pelo menos 100 empresas em Sergipe e todo dia tem relato de furto. Cada caixa levada custa R$ 200, fora o serviço do técnico e os cabos de fibra ótica que temos que trocar, porque quando o fio é cortado para levar a caixa, aquele fio fica inutilizado para nós. Se tivermos furtos de 10 caixas na semana, o que acontece normalmente, eu tenho um prejuízo de mais de R$ 3 mil”, aponta.

Além do prejuízo financeiro, há prejuízos para a população e para as empresas que acabam ficando com a prestação do serviço de internet interrompida. “É um desgaste para a empresa e principalmente para o cliente que ficam sem internet, pois a troca não é tão rápida. Hoje, as pessoas precisam ainda mais de internet e estão tendo vários transtornos por conta desses furtos. Na pandemia, esses furtos aumentaram, pois também aumentou o número de empresas ofertando o serviço e, com isso, tem mais equipamentos à disposição dos criminosos”, afirma.

Ailton conta que os empresários registram boletins de ocorrência, mas nada é feito e os furtos continuam acontecendo livremente. “Quando vamos registrar o BO, a Polícia quer saber o nome do suspeito, se tem câmeras, se alguém viu a ação criminosa, mas não temos essas informações porque os postes ficam nas ruas e geralmente os furtos acontecem na madrugada. Como a população vai identificar se são bandidos ou se são funcionários da empresa? Nós das empresas não podemos ter um vigia em cada poste da cidade”, reclama.

De acordo com Ailton, os empresários do setor pedem providências do poder público e uma investigação da Polícia. “Não são ladrões comuns que estão fazendo esses furtos, são quadrilhas especializadas que fazem isso. Elas tiram o equipamento sem danificar para vender e vendem rápido, pois existem os receptores. A própria Polícia descobriu aqui um dono de empresa de internet que comprava diretamente dos criminosos. Há também o repasse nessas plataformas de vendas na internet, que não exigem nota fiscal. Só existe quem roube, porque tem quem compre. Pedimos que a Polícia investigue quem são esses criminosos e os receptores desses roubos. Nós estamos pedindo socorro”, finaliza.

SSP/SE

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de Sergipe (SSP/SE) informa que investigações desse tipo de crime são realizadas pelas Delegacias Metropolitanas da Grande Aracaju. A Polícia Civil pede que informações sobre os suspeitos sejam compartilhadas no momento da confecção do Boletim de Ocorrência ou em fase posterior na delegacia responsável pela investigação. Outra opção é fazer uma denúncia anônima por meio do Disque-Denúncia 181. A ligação é gratuita e o sigilo é garantido.

Por Karla Pinheiro