Empréstimos pessoais eram pagos com recursos da Câmara de Capela

Policiais civis apreenderam documentos da gestão de José Adaltro à frente da Câmara (Foto: Divulgação/SSP/SE)

Após desencadear a Operação Mamulengo, na manhã desta terça-feira, 9, que teve como principais alvos o ex-presidente da Câmara Municipal do município de Capela, José Adaltro Santos, e dois empresários, a Polícia Civil detalhou, no final da manhã, as acusações que pesam contra os três. Na investigação policial, foram identificadas pelo menos três formas de desvio de recursos dos cofres da Casa Legislativa.

Em julho de 2019, quando iniciada a investigação, a Polícia descobriu uma farra de diárias pagas indevidamente dentro da Câmara. Segundo o delegado Rodrigo Espinheira, assim que assumiu a presidência da Câmara para o biênio 2017-18, José Adaltro nomeou servidores e teria feito com que eles assinassem documentos de cursos e congressos. Uma das pessoas nomeadas pelo presidente foi uma funcionária da sua própria casa (babá dos filhos), que segundo a investigação, não cumpria expediente na Câmara. “Alguns desses funcionários chegaram a participar de alguns cursos, mas outros não. Esses que não iam, recebiam diárias indevidamente. Apuramos um gasto de pelo menos R$ 160 mil com essas diárias”, explica o delegado. As empresas envolvidas na realização dos congressos eram de Porto da Folha e Nossa Senhora da Dores, segundo o delegado.

Além do pagamento de diárias, outra maneira de desviar recursos foi identificada pela investigação. Segundo a delegada Thais Lemos, do Deotap, a pedido de José Adaltro, alguns servidores solicitavam empréstimos consignados em seus próprios nomes, repassavam os valores para o vereador, e as parcelas dos empréstimos eram pagas com recursos da Câmara. “Para que esses servidores pudessem pagar os empréstimos, a Câmara chegada a dar de 100 a 200% em gratificações com recursos da Casa”, detalha a delegada.

Nesse mesmo período de gestão do ex-vereador, a Câmara também teria passado por uma reforma estrutural, cujo contrato foi celebrado com uma construtora, sem processo formal de licitação.. No enredo das diligências, a Polícia identificou que José Adaltro estava tentando atrapalhar as investigações, induzindo depoimentos de algumas testemunhas, por isso os delegados entenderam a necessidade de solicitar a prisão preventiva do principal investigado.

Por Ícaro Novaes

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