Enteado: Corregedoria ratifica postura de delegado

Momento em que o enteado de João Eloy e o amigo são liberados da Plantonista (Foto: Reprodução Portal Infonet/Arquivo)

Depois de se livrar de uma prisão em flagrante, Ítalo Bruno Araújo Fonseca, enteado do secretário João Eloy, da Segurança Pública, e o amigo Eduardo Aragão de Almeida já conquistaram posição oficial da SSP favorável à atitude do delegado que os livrou do flagrante na madrugada do dia 25 de maio deste ano, quando recebeu voz de prisão da polícia militar por estarem portando ilegalmente armas de uso restrito de forças policiais e usando veículo de propriedade do Governo de Sergipe para realizar abordagens ilegais, passando por policiais, na zona sul da capital sergipana.

A Corregedoria da Polícia Civil concluiu as apurações e opinou pela legalidade do ato do delegado de polícia Augusto César Oliveira quando optou por livrar os acusado da prisão em flagrante. A assessoria de imprensa da SSP confirmou a conclusão das apurações realizadas pela Corregedoria Geral da Polícia Civil, mas informou que a corregedora Teonice Alexandre não falará com jornalistas para prestar esclarecimentos sobre o assunto.

O advogado Guilherme Maluf, que atua na defesa de Ítalo Bruno, comemorou a postura da Corregedoria da Polícia Civil, mas revela que aguardará os desdobramentos processuais para então se posicionar quanto à defesa efetiva do cliente em relação aos crimes pelos quais Ítalo Bruno e o amigo Eduardo Aragão foram denunciados pelo Ministério Público Estadual.

Os dois foram denunciados pelo Ministério Público Estadual por usurpação de função pública e porte ilegal de arma de uso restrito de forças policiais, mas a defesa pretende amenizar ainda mais a situação processual em favor dos acusados. “A acusação imputa mais crime do que a situação permite, mas nesta questão fática vamos aguardar os desdobramentos do processo”, ressalta o advogado Guilherme Maluf, que atua na defesa do enteado do secretário João Eloy. “A defesa vai trazer jurisprudência do STJ [Superior Tribunal de Justiça] favoráveis ao meu cliente”, promete o advogado.

Denúncia

De acordo com a denúncia do Ministério Público, o enteado de João Eloy e o amigo Eduardo Aragão realizaram ilegalmente abordagens a “populares” na região dos bairros Coroa do Meio e Praia de Atalaia, na zona sul de Aracaju, passando-se por policiais civis, portando armamento pesado e veículo [uma Amarok] de propriedade da Secretaria de Estado da Segurança Pública.

Entre as vítimas, foi encontrado um taxista que conduzia passageiros. Estas pessoas chegaram a acreditar que se tratava de assalto em decorrência da postura dos acusados. Nesta abordagem, Ítalo Bruno usou uma lanterna, cujo foco de luz foi direcionado para o interior do veículo onde estavam os passageiros e o taxista. “Mas esta acusação de assalto foi descartada”, explica o advogado Guilherme Maluf, tomando por base a conclusão do inquérito policial instaurado pela própria SSP e a denúncia do Ministério Público, que afastaram esta hipótese.

De acordo com a denúncia, os próprios acusados confessam que estariam realizando abordagens ilegais contra pessoas suspeitas de usar drogas na Praia de Atalaia e adjacências, passando-se por policiais civis e usando a caminhoneta de propriedade da SSP.

Com os acusados, foram apreendidas uma arma de fogo raiada, semiautomática, tipo pistola, modelo PT 940 de marca Taurus calibre .40 de cor preta, apresentando o brasão do Governo do Estado de Sergipe e inscrição da SSP, com dois carregadores; uma arma de fogo raiada semi-automática, modelo PT 840, marca Taurus, calibre .40 com dois carregadores; uma arma de fogo raiada, tipo fuzil MD 97 marca Imbel, calibre 5.56X45 mm, apresentando o brasão do Governo do Estado de Sergipe com três carregadores 556, além de 84 munições calibre 556 e 21 munições calibre .40, todas de uso restrito das Forças Armadas, além de oito munições de calibre 6.35, todas aptas a efetuar disparos, de uso permito, mas os acusados não possuíam a devida autorização para portá-las.

O processo tramita na 2ª Vara Criminal.

Por Cássia Santana

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