Em serviço durante a pandemia e trabalhando em condições informais, os entregadores de aplicativo organizaram uma paralisação nacional para esta quarta-feira, 1°. Segundo eles, a ação é uma forma de reivindicar melhores condições de trabalho, além do aumento de taxas mínimas por distância percorrida e o fim da suspensão e dos bloqueios realizados pelas empresas Uber Eats, Ifood, James e Rappi.
“A taxa mínima diminui em vez de aumentar. Trabalhamos com disposição nessa pandemia e temos a impressão de que eles usam a alta demanda para se aproveitar da gente”, afirma o entregador Max Carvalho, que trabalha como motoboy há um ano. Ele explica que a taxa, que atualmente varia entre R$3,00 e R$4,00 por km percorrido, não supre o gasto realizado pelos entregadores para buscar as comidas, entregar ao cliente e, após isso, se locomover para outro lugar até que o aplicativo envie uma nova demanda.
Assim como Max, o entregador Derlan Azevedo contesta a falta de aviso prévio para esclarecer as suspensões e bloqueios realizados pelas empresas com frequência. “O bloqueio é totalmente inesperado. Somos punidos sem explicação nenhuma, somente com a mensagem informando que a parceria está sendo interrompida por mal uso do aplicativo”, afirma. Segundo ele, as empresas chegam a afirmar que a punição ocorre pela falta de alguma entrega, mas que em muitos casos teriam como provar que cumpriram o trabalho corretamente.
Outra contestação dos trabalhadores é a dificuldade que enfrentam para entrar em contato com os colaboradores. “Temos contato com eles apenas pelo suporte do próprio aplicativo e ainda assim não conseguimos contato direto, já que a plataforma só possui informações fixas e quase sempre sobre a pandemia”, explica Derlan. Para os entregadores, a saída mais correta para esse obstáculo seria a existência de uma central na cidade para resolução dos problemas locais.
De acordo com a Uber Eats, todos os ganhos da empresa são disponibilizados de forma transparente para os entregadores parceiros, no próprio aplicativo, como uma forma clara sobre cada taxa e valor correspondente. A assessoria de comunicação da colaboradora informou ainda que os valores pagos pelo consumidor para cada entrega são determinados por uma série de fatores, assim como a hora do pedido e a distância a ser percorrida.
Já a empresa Ifood explica que, em casos identificados, o entregador recebe uma mensagem via aplicativo e é direcionado para um chat para entender o motivo da desativação e pedir análise do caso. A empresa afirma ainda que não adota nenhuma medida que possa prejudicar aqueles que rejeitam pedidos. Segundo a nota enviada ao Portal Infonet, ao rejeitar muitos pedidos o sistema entende que o entregador não está disponível naquele momento e pausa o aplicativo, voltando a enviar pedidos, em média, 15 minutos depois.
Sobre a taxa mínima por distância percorrida, a empresa esclarece que o valor médio das rotas é de R$ 8,46 e esse valor é calculado usando fatores como a distância entre o restaurante e o cliente, uma taxa pela coleta do pedido no restaurante e uma taxa pela entrega ao cliente e variações referentes a cidade, dia da semana e veículo utilizado para a entrega. De acordo com a Ifood, todos os entregadores ficam sabendo do valor da rota antes de aceitar ou declinar a entrega e as rotas possuem um valor mínimo de R$5,00 por pedido, mesmo que seja para curta distância.
A equipe de jornalismo do Portal Infonet entrou em contato com as demais empresas que trabalham em parceria com os entregadores mas, até o momento, não obteve resposta. O Portal Infonet permanece à disposição por meio do telefone (79) 2106 8000 e do email jornalismo@infonet.com.br.
por Juliana Melo e Verlane Estácio
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