Especialista conta como explicar a morte para crianças

Geildes contou como deve ser abordagem dos pais quanto à morte com as crianças (Fotos: Portal Infonet)

A morte representa o fim do ciclo da vida de todo ser. Apesar de o acontecimento existir desde o início da humanidade e ser comum no dia-a-dia da sociedade, não se pode negar que a morte impõe temor a cada pessoa que tem amor pela vida. Para as crianças, no entanto, a morte pode ter vários significados, implicar em distintos sentimentos e, em ocasiões, comprometer o desenvolvimento infantil. No feriado em que se presta homenagem a todos os finados, esta segunda-feira, 2, o Portal Infonet traz uma série de dicas com olhar especialista para auxiliar aqueles pais que ainda não conversaram com seus filhos sobre o assunto.

A Coach especialista em desenvolvimento infantil, Geildes Simões, e a psicóloga especializada em psicodrama, Thaiane Simões, são unânimes ao classificar o assunto como delicado e concordam que a abordagem dos pais com os filhos deve acontecer de forma natural, sincera e carinhosa.

Respostas sutis

Thaiane e Geildes concordam que assunto é delicado e pais devem ter cuidado

A primeira informação que os pais devem saber, segundo Geildes, é que as crianças têm contato com a morte desde cedo, seja no desenho animado, com seu animal de estimação ou até mesmo alguma perda na família, mas ressalta que em muitos casos elas ainda não entendem a morte como ela realmente é. A primeira dica da especialista é para que os pais esperem a criança perguntar sobre o assunto e dêem respostas sutis de acordo com a idade delas.

“É natural da criança perguntar o que ela não sabe ou entende. Essa hora normalmente chega. Aos 2 anos não adianta estender muito o assunto porque ela não vai assimilar direito. Já entre 2 e 6, ela pode entender de forma fantasiosa, então os pais podem usar como exemplo as plantas e animais, que nascem, crescem e um dia morre, pois estará sendo sincero e de forma sutil. Com idades superiores, a criança já tem um conhecimento científico apreendido na escola sobre o ciclo da vida, então é importante falar mais abertamente nessa idade, usar o avô ou avó como exemplo. Deixar claro que um dia o corpo para de funcionar e isso é natural”, explica Geildes.

As especialistas reconhecem que em alguns casos, crianças criam medo pela morte. Nestas ocasiões, Geildes afirma que o acolhimento dos pais e demais familiares é crucial para a superação do temor. “Quando as crianças desenvolvem esse medo, é muito provável que ela tenha uma má ideia do que significa a morte e tenha passado algum trauma do tipo. Os pais precisam dar muito carinho e atenção nestes casos. Sempre digo que quando for conversar sobre algo delicado, deixar com a criança um brinquedo favorito dela, porque enquanto ela assimila o que os pais falam, ao mesmo tempo se distrai com o brinquedo. O luto da criança é menor do que os adultos, por isso também é importante não mostrar fraqueza diante a criança”, conta.

Caso a criança apresente comportamentos incomuns da sua rotina, como voltar a pedir chupeta ou xixi na cama, os pais devem procurar um psicólogo da área. “O trabalho do psicólogo será extrair todo essa trauma da perda na criança, através de atividades lúdicas. E então terá o acompanhando também dos pais, como fortalecimento para a criança”, explica a psicóloga Thaiane. Outro ponto citado é quanto as fantasias. “Se a criança desenvolver uma fantasia acreditando que um ser falecido vira uma estrela no céu, não incentive a ideia mas também a deixe que ela mesma entenda a realidade depois”, conta.

Com a proximidade do dia dos finados, o tema pode despertar a curiosidade das crianças e, na ótica das especialistas, as crianças podem ir aos cemitérios prestar homenagens aos parentes que já morreram, mas é importante que os pais explique o porquê eles estão ali baseando no ciclo da vida e nas dicas dadas ao longo da matéria. “Tem de haver essa sinceridade com a criança e contar que um ente dela está ali no túmulo. Uma criança que entende a morte desde cedo, lá na frente se torna um adulto mais forte”, finaliza Geildes.

Por Ícaro Novaes e Aldaci de Souza

Portal Infonet no WhatsApp
Receba no celular notícias de Sergipe
Acesse o link abaixo, ou escanei o QRCODE, para ter acesso a variados conteúdos.
https://whatsapp.com/channel/
0029Va6S7EtDJ6H43
FcFzQ0B

Comentários

Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência em nosso portal. Ao clicar em concordar, você estará de acordo com o uso conforme descrito em nossa Política de Privacidade. Concordar Leia mais