Especialistas debatem atualidades sobre a Aids

“Aids e suas universalidades” foi o tema de uma mesa-redonda do XL Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, que acontece em Aracaju desde o último domingo. A busca pela maior compreensão do paciente portador de HIV, através das artes plásticas, a experiência de Sergipe nas campanhas de prevenção, a problemática das crianças órfãs da Aids e o panorama da violência sexual nortearam as apresentações. Entre os participantes, estiveram o médico sergipano Almir Santana, além de pesquisadores do Amazonas e São Paulo. O infectologista Ricardo Tapajós mostrou como a associação da medicina a outras áreas do conhecimento pode ajudar os profissionais de medicina a tratar os pacientes. Através de obras de artistas soropositivos, que se expressaram em quadros, esculturas e fotografias, ele analisou a doença e suas implicações sociais a partir da ótica do doente. Maria Ivete Boulos, do Núcleo de Assistência às Vítimas de Violência Sexual do Hospital das Clínicas de São Paulo, informou que 95% dos crimes de exploração sexual não são denunciados. “Depois do medo de morrer no ato da violência, o medo de ter Aids é maior para essas vítimas”, disse Maria Ivete, acrescentando que até 72 horas depois do ato é possível reduzir risco de contágio com um tratamento à base de anti-retrovirais. A experiência da Associação de Apoio às Crianças com HIV, de Manaus, foi trazida pela pediatra Solange Dourado. Conforme explicou, a previsão é de que até o ano de 2010 cerca de 201 mil crianças ficarão órfãs de mãe, pai ou os dois, que morrerão de Aids. No mundo, serão 25 milhões, sendo 95% dos casos na África. Campanhas diversificadas em uma linguagem simples e positiva. De acordo com o médico sergipano Almir Santana, esse é um dos principais segredos para sensibilizar a população a se prevenir da Aids. “O bloco carnavalesco da prevenção e o camisildo, veículo em forma de camisinha são formas criativas e bem-humoradas”, exemplifica. Unidades móveis, festival de paródias com torcida organizada e ações de intervenção em praças são outros recursos utilizados pelo médico. Ele também ressaltou que as campanhas atuais do Ministério da Saúde têm enfatizado que o preservativo não deixa o vírus da Aids passar, pela necessidade de rebater a informação contrária que algumas vezes PROGRAMAÇÃO – O Congresso de Medicina Tropical encerra-se amanhã, dia 11, com uma extensa programação. No Teatro Tobias Barreto, o especialista Zilton de Araújo (BA) profere conferência sobre “O papel das re-infecções nas doenças parasitárias”. No auditório Terra Caída, o palestrante Pedro Fernando da Costa Vasconcellos (PA) falará sobre “Febre amarela no Brasil e na América do Sul: situação atual e epidemiologia molecular”. No Teatro Tobias Barreto, especialistas debatem “Acidentes com Animais Peçonhentos”, enquanto no auditório Terra Caída, a discussão gira em torno da “Medicina do viajante” reunindo pesquisadores de vários estados, a exemplo de Melissa Mascheretti, de São Paulo. Saiba mais sobre o evento no site: www.exitoeventos.com.br/medicinatropical.