“Espero poder ser ouvido em todas as circunstâncias”

O ex-secretário de Estado da Comunicação, André Barros, enviou um e-mail à equipe de produção do InfoNet Notícias explicando suas ações com relação às investigações do Ministério Público no caso Atalaia News. Agradecendo a atenção e aproveitando a oportunidade, a equipe informa que está disponível a todos aqueles que desejam fazer da teoria jornalística de “ver os dois lados da questão” uma atividade prática. “Caros amigos: 1 – Desafio que me apresentem um único pagamento feito pela Secom de forma ilegal. Todos os pagamentos “sempre” seguiram os tramites da Lei, com as devidas comprovações e pareceres da Procuradoria Geral do Estado. Nenhum dos pagamentos foi feito de forma diferente da feita por “todos” os secretários de Comunicação do Estado ao longo dos anos; 2 – Todos os pagamentos eram acompanhados pela Controladoria Geral do Estado que, no final de cada mês, enviava relatórios para o Governador; 3 – A dita farra com o dinheiro público, tão propalada pelos meus desafetos, onde eu teria gasto mais do que previa o meu orçamento, é outra “notícia” com intenções excusas. O orçamento de 2000 da SECOM de acordo com o Balanço Geral do Estado foi de mais de 11 millhões de reais e o de 2001 foi superior a 15.5 milhões (nos meus 10 meses cheguei a apenas 8.5 milhões). Números que estão à disposição dos Srs. a qualquer momento e que não retratam qualquer anormalidade e/ou irregularidade. O que certos jornalistas não explicam – e não têm interesse de explicar por motivos óbvios – é que suplementações orçamentárias são realizadas em todas as Secretarias, através da Sec. de Planejamento com a autorização do governador. Nenhum secretário paga qualquer coisa sem dispor de orçamento; 4 – Os investimentos da Secom na minha gestão sempre ficaram em torno de 0,72% da receita do Estado de Sergipe, enquanto em outros governos os índices sempre variaram e variam de 1 a 3 %. A própria prefeitura de Aracaju trabalha com índices semelhantes; 5 – Durante a minha gestão sempre procurei orientar e ajudar a todos os veículos de comunicação de meu Estado. Atuei decisivamente na maior crise da Gazeta de Sergipe, apoiei todas as iniciativas do Jornal da Cidade – suplementos especiais, etc. – incentivei e promovi o surgimento de novos programas de rádio (Jogo Aberto na FM Sergipe, na Aperipê criamos um programa matinal em rede de rádios), ajudei ao CINFORM em sua tentativa de viabilizar o seu parque gráfico com novo prédio e rotativa indo pessoalmente ao Superintendente do BNB, Dr. Jair Araújo, e ao Diretor presidente do Banese, Dr. João Andrade. Inclusive, colocando-os pessoalmente com o governador Albano Franco para se encontrar uma solução – o que não foi possível diante da situação cadastral daquela empresa – Enfim, será que eu também era sócio oculto dessas empresas? O que fiz na Atalaia News foi exatamente a mesma coisa que fiz na FM Sergipe. Quem, nesse Estado, não sabe que André Barros orientou as contratações de Eduardo Abril, Magna Santana, Zenobio Melo, Edilson Souza e Ancelmo Tavares na FM Sergipe e na Atalaia News? Portanto, não admito ser “dono” de uma empresa que, como as demais, contou apenas com a minha orientação profissional gratuita. Quem não sabe em Sergipe quem é o dono ou quem são os donos daquela emissora? 6 – Quero esclarecer também que nunca estive foragido de Sergipe. Tenho endereço fixo em Brasília onde estou atuando na área de publicidade. Além disso, tenho advogados constituídos no Estado desde novembro de 2001: Dr. Evaldo Campos e Dr. José Rollemberg Leite Neto; 7 – Deixo claro, também, que, ao prestar o meu primeiro depoimento no MP, entreguei ao promotor – em 27 de novembro – uma autorização minha e de minha esposa para a quebra de nosso sigilo bancário e fiscal. Como também de toda a família. Quem não deve não teme! Espero poder ser ouvido em todas as circunstâncias, Muito obrigado, André Barros”