Espetáculo apresenta os últimos momentos de Lampião e Maria Bonita

Este final de semana, dias 29 e 30, o público sergipano terá a oportunidade de conferir de perto, no Teatro Atheneu, mais uma produção artística que tenta dar conta de uma das passagens mais controversas e marcantes da história brasileira: a saga do cangaço pelo Nordeste. O desafio ficou por conta de um grupo de artistas baianos, que desde setembro encena em Salvador – e com casa cheia – o espetáculo “Lampião e Maria Bonita”. Bem cuidada, a produção não tenta dar conta dos 20 anos do cangaço de uma tacada só. Nem enche o palco com uma infinidade de personagens. O texto, do dramaturgo cearense – radicado na Bahia – Marcos Barbosa, fecha-se no diálogo – fictício – entre Lampião (interpretado pelo ator Widoto Áquila) e Maria Bonita (a atriz Fafá Menezes), na noite que antecede o ataque que dizima o bando na Gruta de Angicos, aqui em Sergipe. Está montado o cenário. A peça é dirigida pela diretora Elisa Mendes e produzida pela Da Rin Produções Culturais, que é encabeçada por Virgínia Da Rin. Para a neta de Virgulino Ferreira, Vera Ferreira, o espetáculo é um exemplo para a série de adaptações – consideradas por ela como desastrosas – que história de Lampião já recebeu. “Este é um trabalho muito sério. Esse pessoal, mesmo tão jovem, teve a preocupação de fazer uma pesquisa escrupulosa. Consultaram a família de Lampião e Maria Bonita, visitaram Angicos, leram nossos livros, viram depoimentos de sobreviventes e participantes do Cangaço, enfim, se preocuparam em ir além. E isso me fez acreditar no trabalho deles, assinar embaixo e dizer: ´Vão assistir, pois é um trabalho primoroso e, principalmente, sério´”, recomenda Vera. E o pessoal realmente não poupou esforços. Desde a pesquisa histórica para a realização do roteiro, até a preparação do elenco – os atores passaram um tempo vivendo no município de Ruy Barbosa, interior da Bahia, onde usaram roupas típicas do cangaço, viajaram por trilhas a pé e a cavalo e até dormiram em casas de sapé – foi uma caminhada de mais de um ano. Em agosto, o núcleo central da produção veio a Sergipe onde encontraram Expedita Ferreira, filha única de Lampião e Maria Bonita, e, juntamente com a historiadora Verra Ferreira, visitaram Angicos. O contato estreitou os laços e, segundo a diretora Elisa Mendes, serviu de guia. “Tinhamos conhecimento da insatisfação da família Ferreira com algumas abordagens sobre a vida de Lampião”, ressalta. Para o autor Marcos Barbosa, a tentativa de criar uma narrativa fiel aos fatos, sem tomar partido, foi um grande desafio. “Reconstruir o rastro dessa trajetória, no início do século passado, foi percorrer um labirinto de informações contraditórias, de falsas memórias, de fragmento de documentos cuja origem não se pode mais precisar”, descreve. E o resultado parece ter sido positivo. Nos poucos meses que ficou em cartaz em Salvador – de setembro até novembro – o espetáculo já conseguiu angariar o prêmio “Estímulo Teatro e Dança” da Fundação Gregório de Mattos e Prefeitura Municipal de Salvador. Aula de História Exposição e construção do memorial

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