Não se pode dizer que tenha sido um fracasso, mas o espetáculo de Marília Pêra cantando Ary Barroso, em uma homenagem aos 100 anos do autor de “Aquarela do Brasil”, não foi o sucesso que se esperava, deixando muito a desejar. O Teatro Tobias Barreto recebeu apenas metade de sua capacidade para assistir a um espetáculo ao qual faltava continuidade – parecia que tudo foi arrumado às pressas para vir explorar praças nordestinas. Aqui, Marília Pêra recebeu um cachê de R$ 38 mil, pagos pela Secretaria de Cultura do Estado – esta mesma, cujo titular alega não ter dinheiro para patrocinar espetáculo de artistas sergipanos. A receita do Tobias Barreto não passou dos R$ 4 mil. Se se for fazer a relação custo/benefício, vai se ver que o Estado é um péssimo empresário. Aliás, e Estado deve bancar o empresário para artistas de fora? Será esta a função de uma Secretaria de Cultura? Há algo de errado, sem dúvida, no reinado da Cultura em Sergipe. Por Ivan Valença