Moradores reclamam da Prefeitura

Fábio Ferro, presidente da Associação dos Moradores da Coroa do Meio, informou que a Prefeitura acalentou o sonho dessas pessoas, de que enquanto aguardavam a construção de suas casas novas, morariam em casas alugadas pela Emurb. No entanto, a administração municipal diz agora que não construirá mais os imóveis. “São pessoas que aguardavam suas casas e não têm para onde ir. Com esse valor de indenização não dar para fazer nada”, reclamou ele.

Segundo Ferro, a construção das 60 casas fazia parte do projeto Moradia Cidadã, as famílias que moravam em palafitas foram cadastradas em 2001, época em que foram detectados 600 barracos e palafitas. Mediante essa realidade, a Prefeitura elaborou o projeto, por meio do Programa de Arrendamento Familiar, para viabilizar moradia para pessoas que viviam em situação de risco e vulnerabilidade social. “Seriam construídas 600 casas e ficaram restando as 60 famílias”, relatou.

Moradores

“Prometeram me dar uma casa e agora um ano e oito meses depois vão me botar no olho da rua sem minha casa”, contou Reginaldo Jesus. Ele disse ainda que não morava em barraco, mas sim em moradia de alvenaria, mesmo assim derrubaram com a promessa de lhe dar um imóvel novo. “Sou eu, minha esposa e uma filha, não temos pra onde ir… onde vou conseguir comprar um terreno com R$ 2 mil?”.

Outro lado

O presidente da Emurb, Valmor Barbosa, não concorda com o protesto dos moradores. Segundo ele, as 60 famílias não são cadastradas pela Prefeitura, mesmo assim a administração municipal está dando a opção de receber indenização dos barracos e palafitas erguidas na época.

Valmor Barbosa disse que a Prefeitura de Aracaju precisa rescindir os contratos dos imóveis alugados. Ele lembrou que essas 60 famílias chegaram à maré do Apicum no início das obras de urbanização da área. “Essas pessoas não foram cadastradas. Elas foram entrando no desenvolver da obra, então nós retiramos e a levamos para casas alugadas… não poderíamos deixar crianças no meio da rua”.

Ele lembrou que na época foram retiradas 1.080 palafitas e barracos e muitas famílias foram indenizadas. Valmor negou que o aviso de saída das casas alugadas tenha sido feito recentemente. “Sempre vinha comunicando. Muitos foram a Emurb e receberam a indenização”, garantiu.

Sobre o valor da indenização, Valmor disse que está sendo avaliado pela estrutura dos barracos e palafitas, sem constar o valor do terreno, tendo em vista que pertence à União, ou seja, era uma área de invasão. “Eles estão reclamando porque desde o momento eles sabiam que não iriam ganhar a casa”, concluiu.