Família de gráfico assassinado volta a pedir Justiça

Mãe de Anderson chora ao lembrar do crime
Os pais do gráfico Anderson Guedes da Silva, 21, assassinado na porta de casa no conjunto D. Pedro I em 2001, compareceram no final da manhã desta terça-feira, 26 à redação do Portal Infonet para lamentar que passados nove anos, não conseguiram a justiça tão sonhada pela família e por todos que conheciam o jovem. Recentemente houve o júri de um dos acusados de envolvimento e atualmente o processo está nas mãos do promotor Rogério Ferreira.

De acordo com o promotor, somente poderá se pronunciar sobre o assunto na próxima quinta-feira, 28, pois está desenvolvendo atividades no município de Riachuelo. “O processo dos dois acusados que faltam estão no meu gabinete em Aracaju para que eu possa fazer as alegações finais. Estarei retornando na quinta-feira, quando poderei dar mais detalhes”, ressalta Rogério Ferreira.

José Dantas: “Todos os envolvidos estão vivendo livremente”
Abalados, José Dantas da Silva e Maria Guedes da Silva afirmam já  não ter a quem recorrer. “Só quem tem filhos sabe a dor que sentimos ao ver nosso menino ir embora tão jovem, assassinado na porta de casa, na nossa frente e o pior inocente”, lamenta Maria Guedes.

“O pior mesmo é saber que todos os envolvidos estão vivendo livremente, como se nada tivesse acontecido, enquanto nosso filho morreu de graça com apenas 21 anos”, completa o pai de Anderson Guedes, que trabalhava no jornal Cinform em Aracaju.

Acusados

Anderson Guedes
José Dantas relembrou com lágrimas nos olhos que o episódio em que o ex-policial Paulo Roberto de Menezes e o sogro Antonio dos Santos tinham um problema com o genro dele (José Dantas), o Sr. Amarildo Menezes.

“Eles queriam que meu genro mentisse na Justiça, como ele não aceitou, criou-se um ódio e os comentários eram de que ameaçavam atirar em qualquer integrante da família. Dispararam contra meu genro e minha filha, mas quem levou a pior mesmo foi Anderson que nada tinha a ver com a situação e acabou perdendo a vida na porta de casa”, destaca acrescentando que por nove meses, sua família foi perseguida.

“O que mais revolta é que os acusados Antonio dos Santos, Paulo Roberto (autor dos disparos), Wellington dos Santos e Wesley Rodrigues estão soltos. Nós sabemos que não teremos nosso filho de volta, mas não vamos desistir de lutar por Justiça. O crime foi mostrado no programa Linha Direta, da rede Globo”, ressalta o Sr. José Dantas.

Relembre

O crime aconteceu às vésperas do Natal após rixa entre a família de Anderson e do ex-policial Paulo Roberto, que foi expulso da corporação. No júri realizado em 2005 no Fórum Gumercindo Bessa, o ex-policial confirmou ter disparado contra o gráfico, alegando no entanto legítima defesa e dizendo-se estar arrependido. “Ele foi condenado a 21 anos e quatro meses de prisão, mas já está solto”, afirma o pai da vítima.

Por Aldaci de Souza

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