Famílias continuam acampadas no CRAS do bairro Coqueiral

(Foto: Ascom/Assistência Social)

O Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) Maria José de Menezes, localizado no bairro Coqueiral, continua ocupado por 26 famílias do Loteamento Copacabana II, no bairro Japãozinho. Nesta quarta-feira, 14, a ocupação chegou ao terceiro dia. Os ocupantes reivindicam a concessão de auxílio-moradia para 61 famílias.

Viviane Conceição, que é uma das ocupantes, informou que a secretária de Assistência Social de Aracaju esteve no local,  mas nada foi resolvido. “Ela está chamando um por um para tentar negociar. Só que ela quer que a gente saia do prédio do CRAS, vá para rua e fique esperando uma fila de mais de 200 pessoas. Não tem condições, a gente não tem para onde ir”, afirma a ocupante.

Priscila Regina Silva santos, outra ocupante, conta que a proposta feita pela Assistência Social não é satisfatória e, por isso, foi negada pelas famílias. “Eles disseram que a escolha é nossa. Mas nós vamos continuar aqui porque não temos casa. Não temos pra onde ir. Não temos nada. Então, a casa vai ser o CRAS, daqui ninguém sai”, conta.

Segundo a Defensoria do Estado, na manhã da última terça-feira, 13, após tomar conhecimento que as famílias estavam sem água, energia e sem alimentos, por determinação do Município de Aracaju, foram encaminhados ao local assistentes sociais do Centro Integrado de Atendimento Psicossocial (Ciaps) para fazer um estudo sobre o caso.

“Há famílias e várias crianças em extrema situação de vulnerabilidade social. Fizemos o cadastro das famílias para identificar se estão cadastradas no NIS para acesso aos benefícios sociais como Auxílio Brasil e outros; número de desempregados, filhos e idades, entre outras informações. Infelizmente, eles não têm para onde ir, pois viviam em barracos no Loteamento Copacabana II em situação precária”, relatou a assistente social do Ciasps, Maria das Graças. Ainda conforme a defensoria, alguns dos ocupantes passaram mal e acabaram desmaiando de fome, incluindo mães que amamentam.

A Assistência Social de Aracaju

Em nota, a Secretaria Municipal da Assistência Social informou que não é a primeira vez que as mesmas famílias ocupam o prédio do CRAS.

De acordo com a pasta, entre os dias 16 e 17 de agosto, um grupo de 28 famílias ocupou o Cras Maria José Menezes, no bairro Coqueiral, reivindicando o mesmo benefício. Naquele momento, as equipes da Assistência Social atenderam a todos os manifestantes, viabilizando os cadastros para benefícios socioassistenciais e, prontamente, realizaram as visitas domiciliares para cadastro socioeconômico, um dos requisitos para a autorização do Auxílio-moradia. As famílias que atendem os critérios para o Auxílio-moradia foram inseridas em uma lista de demandas da Secretaria, com o intuito de que, tão logo, o benefício seja liberado. O benefício, gerenciado pela Diretoria de Gestão Social da Habitação, atende atualmente 2.500 famílias da capital sergipana, a partir de um aporte mensal de R$ 750 mil.

Em relação a atual ocupação, a Secretaria afirma que os manifestantes alegam que não têm pra onde ir, no entanto a a pasta ofertou acolhimento institucional até que o Auxílio-moradia seja disponibilizado, o que não foi aceito. Uma equipe da Assistência Social esteve no Cras na manhã da última terça-feira, 13, e se reuniu com a líder do movimento, representantes da Ordem dos Advogados do Brasil e da Defensoria Pública.

Por Luana Maria e Verlane Estácio

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