“Não tenho idéia para onde vou, mas alguém deve dar alguma solução, não podem é deixar a gente na rua”, disse uma das ocupantes do prédio Edilene de Jesus. “Os governantes só querem saber deles, meu voto eles não ganham mais, nem meu nem de ninguém aqui. Querem que ajudem a eles, mas não querem ajudar ninguém”, declarou outra sem-teto, Claudenete dos Santos. Todo o térreo do prédio em obra ficou tomado por móveis, colchões, panelas e demais pertences das famílias que ocupavam há 35 dias o espaço que abrigaria um hotel, e que teve as obras paralisadas há 22 anos. O comandante da operação de reintegração de posse do prédio, Jackson Nascimento, disse que irá esperar o tempo que for preciso até que todo o prédio seja desocupado.
No início da tarde desta quarta-feira, 4, as famílias que estavam ocupando o hotel em construção no bairro Atalaia resolveram sair do prédio pacificamente. Móveis e objetos dos moradores foram colocados na rua a espera dos caminhões para levá-los. O destino dessas pessoas ainda é incerto já que não têm para onde ir. Provavelmente eles devem ocupar outra área na cidade, mas não revelaram onde. 
Móveis foram colocados na rua à espera do caminhão
Segundo um dos coordenadores do Motu, José Ramos, os policias estavam a ponto de invadir a ocupação, “em assembléia decidimos que o melhor a fazer era sair sem confronto”. Por conta da tensão no local, algumas senhoras de idade chegaram a passar mal e foram atendidas por membros do resgate do Corpo de Bombeiro, mas nenhum outro incidente foi registrado. 
José Ramos diz que famílias temeram a violência dos policiais
Por Carla Sousa
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