Famílias invadem casas inacabadas em conjunto de Socorro

Famílias ocupam imóveis inacabados (Fotos: Cássia Santana/Portal Infonet)

Centenas de famílias estão invadindo os 263 imóveis que estão sendo erguidos no Conjunto Itacanema, em Nossa Senhora do Socorro para atender pessoas que moravam em áreas classificadas de risco nas regiões da Lagoa de Estabilização da Companhia de Saneamento (Deso) e da Caixa D´água. O departamento jurídico de Nossa Senhora do Socorro já está analisando a questão e ingressará com ação judicial pela reintegração de posse.

As obras do novo núcleo habitacional foram iniciadas em 2008 e foram interrompidas em três oportunidades porque as construtoras vencedoras do processo de licitação desistiram do contrato, segundo informou o jornalista Henrique Matos, secretário de comunicação do município.

Mesmo sem acabamento, as famílias começaram a invadir os imóveis no último domingo, 17. “Tô arriscando. Tenho seis filhos e não posso pagar aluguel”, justifica Wlillames José Santos, que trabalha com carrego. Segundo revela, o filho mais novo tem pouco menos de um ano e o mais velho está com doze anos. “Se eles quiserem me tirar daqui, terá que tirar todo mundo”, comenta.

Lígia reclama do valor algo do aluguel e da conta de luz

Esta é a terceira vez que os imóveis são invadidos. Na primeira vez, as casas tinham sido ocupadas pelas famílias cadastradas que terão direito aos imóveis. Ocorreram entendimentos, segundo o secretário de comunicação, e as famílias deixaram os imóveis aguardando a conclusão das obras.

Segundo o secretário, assim que a terceira empresa abandonou o contrato, a prefeitura de Nossa Senhora do Socorro teve que solicitar autorização ao Ministério das Cidades e à Caixa Econômica Federal para realizar novo processo de licitação para dar continuidade à obra. O secretário informa que a prefeitura já conseguiu a autorização e que uma nova licitação já está em andamento. “Não gostaríamos, mas temos que recorrer à justiça para que as obras sejam concluídas e entregue às famílias cadastradas”, comenta.

Mas as famílias não pretendem desocupar as casas. Eles se revezam capinando a área e têm esperança de entendimentos com o município. “As pessoas que ganharam e que estão cadastradas na prefeitura não querem essas casas porque fica longe do centro”, comenta Michael Santos de Matos, pai de duas crianças – uma com dois e outra com sete anos. “Já trouxe tudo, até a cama”, revela.

Vagner diz que morava com o sogro

“Eu tava morando no Guarajá, no meio da lama, na casa do meu sogro, que todo dia pedia a chave e aí vim pra cá pra ver se ganho a casa”, conta o armador José Vagner dos Santos, que possui quatro filhos, com dois, três, cinco e oito anos. “Eu tô aqui porque não tenho como pagar o aluguel”, diz a dona de casa Lígia dos Santos Espinheira, que possui seis filhos, de várias idades: um, três, seis, sete, onze e doze anos. “Pago R$ 120 de aluguel fora a energia”, contabiliza. “Nesse mês, o talão veio com R$ 200 e eu não tenho dinheiro para pagar”, comenta.

Por Cássia Santana

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