Famílias que ocuparam Hotel Brisa Mar vivem em “favela coberta”

Famílias estão no galpão há mais de nove meses.
“Não dá para definir a situação dessas famílias. Estamos diante de uma favela coberta”. Esta foi a declaração da promotora Conceição Figueiredo após realizar visita ao galpão onde estão alojadas cerca de 120 famílias que ocuparam o Hotel Brisa Mar, em maio do ano passado. A vistoria realizada na manhã desta quarta-feira, 18, serviu para verificar as condições a que estão submetidas essas pessoas que permanecem no local há mais de nove meses. Uma audiência foi marcada para a próxima sexta-feira, 20, no Ministério Público Estadual, para estudar soluções imediatas.

As famílias, abrigadas em um galpão, localizado no bairro Siqueira Campos, estão em condições insalubres. Existem apenas dois banheiros para atender cerca de 400 pessoas, que ficam dispostas em barracos. Nesses locais, os botijões de gás dividem espaço com camas, mesas e vasilhames onde a água é armazenada. “O armazenamento da água pode provocar o aparecimento do mosquito da dengue”, informa o representante da Vigilância Sanitária Municipal, Juliano Pereira, que também vistoriou o local. De acordo com ele, a fiação elétrica oferece riscos e a falta de uma rede de esgoto pode gerar muitas doenças, principalmente nas crianças e idosos.

Ednaldo divide cubículo com família.
Um dos moradores do local, o desempregado Ednaldo de Jesus, reclama de problemas no telhado e da presença de ratos e escorpiões. Segundo ele, “muitas famílias estão passado por dificuldade”, pois o Governo não tem prestado nenhuma assistência. “No início, a Secretaria de Inclusão Social trouxe alguns colchões e filtros, mas agora abandonou as famílias”, informa o morador.

Famílias irão para hotel

De acordo com a assessora de comunicação da Secretária de Estado da Inclusão Social, Elisângela Valença, a construção das casas para onde essas famílias serão levadas está em andamento. O terreno onde as casas serão erguidas fica localizado no conjunto Marcos Freire II, em Nossa Senhora do Socorro. Mas enquanto as residências não ficam prontas, “a secretaria encaminhará essas pessoas para dois hotéis, localizados no Centro de Aracaju”, esclarece a assessora.

Reunião

Uma audiência marcada para o próximo dia 20, no Ministério Público Estadual, contará com a presença das Promotorias do Idoso e da Infância, além de representantes da Vigilância Sanitária, do Corpo de Bombeiros, dos moradores e do Governo do Estado para decidir por melhorias na situação das famílias.

Por Valter Lima

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