Famílias resistem à desocupação de hotel

Os ocupantes do prédio inacabado do hotel Brisa Mar prometem resistir à ordem de despejo da Justiça que expira nesta quarta-feira, 4. Desde o inicio da manhã a Polícia Militar está de prontidão em frente ao prédio e os moradores estão aglomerados em frente ao portão de acesso bradando gritos de protesto que podem ser ouvidos de longe.

Um oficial de justiça esteve no local para levar a intimação para que o prédio seja desocupado e a polícia está no local para negociar a retirada do pessoal. Apesar da presença de um efetivo de 120 policiais, além da equipe do Batalhão de Choque e da Cavalaria, comandante da operação, o coronel Jackson Nascimento, garante que não haverá truculência.

“Tenho certeza de que entraremos num acordo. A polícia será muito serena, não temos pressa. Primeiro tentaremos a saída pacífica, mas como trabalhamos com o fator surpresa já temos um segundo plano em mente caso eles resistam”, afirma Coronel Jackson. Ele não que adiantar qual será o plano B, mas adiantou que a operação pode durar mais de um dia e que já esperava a resistência dos invasores.

O coronel Luis Fernando do Gabinete de Gerenciamento de Crises e Conflitos da PM, reforçou a garantia de que não haverá violência. “Todas as chances de negociação serão dadas e a polícia não vai agir com truculência, até mesmo para não sobrar para a gente, como sempre sobra”.

Marcos Simões, coordenador do Motu
Um dos coordenadores do Movimento dos Trabalhadores Urbanos (Motu), Marcos Simões, disse que só saem com uma proposta concreta de negociação, ou seja, de um lugar para colocar as quase 300 famílias que ocupam o prédio. Ele afirma que já entrou em contato com os órgão competentes do Estado e da Prefeitura de Aracaju e que ninguém acenou com alguma solução.

“A Prefeitura justificou dizendo que não pode fazer nada porque já está com projetos de habitação no Coqueiral e Santa Maria, o Governo não disse nada até agora, mas já foi dito pelo secretário Nilson Lima que o estado tem R$ 600 milhões em caixa, se tirar 20% disso dá para construir casa para muita gente”, explica Marcos.

José Francisco foi acompanhar de perto a desocupação
Várias ruas do entorno do prédio estão com o tráfego interrompido e há intensa movimentação da imprensa, policiais e pessoas curiosas, a exemplo de José Francisco, que mora próximo ao prédio invadido e foi acompanhar de perto o desfecho da ocupação. Para ele, o movimento é justo. “Era bom que fossem contemplados com moradia, o governo gasta tanto com festa, a exemplo desse São João”, declara.

Marcos Simões não descarta a possibilidade de que as famílias deixam o hotel e invadam outro local, ele chegou a cogitar o Arraiá do Povo como um possível destino dos desabrigados. Ao longo do dia o Portal Infonet acompanhará de perto o processo de desocupação do prédio.

Por Carla Sousa

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