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Famílias protestam contra a reintegração de posse (Foto: divulgação/Motu) |
Dia de tristeza para as famílias que ocupam o conjunto Habitacional João Alves de Araújo, no município de Malhador. Nesta sexta-feira, 27, a comunidade foi surpreendida com uma decisão judicial para reintegração de posse no local.
As famílias alegam que foram surpreendidas com a decisão da juíza Patrícia Cunha Paz Barreto de Carvalho, determinando que o cumprimento da reintegração de posse fosse realizado sexta-feira, 27. Até então, a famílias estavam cientes de que deveriam sair do local, de forma pacífica, até o dia 3 de novembro.
“Em uma das reuniões, a prefeita se comprometeu a analisar a possibilidade de cadastro das famílias. Até então, nós tínhamos até o dia 3 de novembro para sair do local de forma pacífica. Hoje fomos informados por meio de ligações extraoficiais de que a Polícia militar estava vindo ao conjunto para fazer a reintegração de posse em cumprimento a uma decisão”, conta Jack Lopes, que é uma das dirigentes estaduais do Movimento Organizado dos Trabalhadores Urbanos (Motu).
Djanilde Santos, que também é do Motu, explica que as famílias passaram a ocupar os imóveis porque não tinham para onde ir. “40 famílias, sendo 60 crianças e um portador de deficiência, passaram a ocupar as casas do conjunto habitacional em maio por causa do completo abandono dos imóveis. As casas estavam abandonadas com obras inacabadas e servindo de ponto de drogas, prostituição e abrigo de delinquentes”, relatou.
Conforme relatos do Motu, por enquanto, apenas conselheiros tutelares acompanham a reintegração. O Motu também disse que a Prefeitura de Malhador enviou apenas duas caçambas para fazer a retira dos pertences das famílias e cedeu um local para armazenamento dos pertences. As famílias não tem para onde ir e devem decidir ainda essa noite um novo local para se abrigar.
A Defensoria Pública disse que a reintegração de posse está sendo realizada sem amparo da Prefeitura de Malhador e explicou que está estudando a possibilidade pedir auxílio moradia e a inclusão nos projetos habitacionais para tutelar.
A Prefeitura de Malhador informou, por telefone, que as casas são destinadas a outras famílias e esclareceu que todos os ocupantes foram cadastrados, sendo que cada caso será analisado de forma individual.
Por Verlane Estácio
Com informações da Defensoria Pública