Festas atraem crianças às ruas de Aracaju

Simbolo da Campanha da Prefeitura que volta a ser estimulada
Aproximam-se as festas de final de ano e o número de crianças e adolescentes nas ruas de Aracaju, já é muito grande.  Elas chegam de todas as partes da cidade e até mesmo do interior em busca de presentes, dinheiro e alimentos.  Mas, o Juizado da Infância e da Juventude está fazendo um alerta à população para que não dê esmolas, pois acaba viciado os pequenos.

A.R.S. tem apenas oito anos, mora no conjunto Marcos Freire II e todos os dias sai de casa por volta das quatro horas da madrugada, juntamente com dois irmãos, sendo um de 10 anos e uma de seis. Os pais são separados e a mãe costuma ficar dormindo quando os pequenos saem com destino ponto de ônibus mais próximo de casa. “Meu pai tem outra família e quando chega o fim do ano, a gente corre para o comércio para pedir. Se ganhar presente, a gente fica, mas se ganhar dinheiro, tem que levar pra minha mãe”, afirma a menina.

Já H.M. afirmou que mora na cidade de Itabaiana, distante a 54 km da capital sergipana e que todas as quintas-feiras, ele vem com a mãe, o pai e a irmãzinha, pedir ajuda nas ruas de Aracaju.  “No sábado, a gente fica em Itabaiana mesmo, pois eu pego carrego na feira e meu pai toma conta de carros, mas dia de quinta a gente vem pra cá. A gente paga R$ 5 cada um pela topic, só não minha irmã que ainda é bebê e vem no colo, mas vale à pena porque a gente só volta pra casa na sexta-feira de noite”, ressalta o menino.

Antônio Magalhães: “Não dê esmolas. Dê cidadania”
Cidadãos viciados

Como cantava o rei do baião, Luiz Gonzaga, “dar esmolas ao homem são, ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão”.  E é esta a preocupação de juízes e promotores de Sergipe para que as pessoas não continuem dando esmolas às crianças e adolescentes que vivem pedindo nas ruas e avenidas da cidade.

Para o juiz Infância e Juventude, Antonio Magalhães, “a população não deve dar esmolas, mas dar cidadania. Quem quiser ajudar neste final de ano, pode procurar abrigos e não estimular esses meninos e meninas a permanecer pedindo nas ruas, o que torna-se um vício”, alerta o juiz destacando que o número de crianças e adolescentes nas ruas de Aracaju praticamente triplicou nos últimos dias.

Centro da cidade é espaço preferido dos pedintes neste fim de ano
Apadrinhamento Afetivo

Um presente diferente para toda a família e para as crianças que moram em abrigos seria o apadrinhamento afetivo, realizado quando as pessoas fazem um cadastro nos Juizados da Infância e Juventude de todo o país.

Este ano em Sergipe, o Juizado da Infância não realizou cadastro para o Natal e Reveillon, preferindo elaborar um projeto para que esse tipo de apadrinhamento seja feito durante todo o ano e não apenas em datas especiais.

“Estaremos realizando juntamente com a Corregedoria, um trabalho mais amplo a partir do próximo ano, com o objetivo de que o apadrinhamento afetivo seja feito não apenas em datas como Dia das Crianças, Natal e Ano Novo, mas em feriados, finais de semana e período de férias”, informa Antonio Magalhães, explicando que não deu para cadastrar este ano, pois estão realizando mutirões nos abrigos entre outros projetos.

Pais temporários

A advogada N.O.S.S e o economista R.S.S., já foram pais temporários no Natal, quando residiam em Salvador (BA).  “Apesar de termos dois filhos, à época, com seis e 10 anos, nós ‘adotamos’ um garotinho de quatro anos através do Juizado de Infância e Juventude. Foi muito bom para o crescimento de toda a nossa família. Os meninos não tiveram ciúmes e aprenderam a importância da solidariedade e do amor ao próximo”, afirma a advogada que preferiu não ser identificada.

Abrigos

De acordo com informações do Ministério Público Estadual, existem em Aracaju, 11 abrigos, que acolhem 210 crianças e adolescentes no interior, seis abrigos contam com 100 acolhidos, totalizando 310 crianças e adolescentes em todo o Estado de Sergipe.

Abrigados

Neste final de ano, várias atividades estão sendo realizadas nos abrigos de crianças e adolescentes de Aracaju e de todo Estado de Sergipe, visando a convivência comunitária e social dos abrigados.

O Núcleo de Apoio à Infância e Adolescência (NAIA), e as Promotorias da Infância, realizaram na última quarta-feira, 10, no Iate Clube, uma festa natalina com a entrega de presentes recebidos através do Projeto Árvore da Solidariedade.

Os abrigados dos Municípios de Aracaju, Boquim, Estância e Nossa Senhora do Socorro participaram de atividades lúdicas e receberam os mais de 200 presentes.

Por Aldaci de Souza

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