A equipe Agrotóxicos da FPI-SE, coordenada pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco e pelos Ministério Públicos Federal, Estadual e do Trabalho, apreendeu 430 litros de agrotóxicos oriundos de propriedades rurais localizadas nos municípios de Propriá, Japoatã e Neópolis. Os produtos não possuíam receita agronômica e, portanto, não poderiam ser utilizados. Além disso, na maioria dos locais visitados a manipulação, o armazenamento e o descarte dos venenos agrícolas estavam sendo feitos de forma irregular e incorreta.
Segundo a coordenadora da equipe Agrotóxicos, Paula Cardoso Braz, embora o volume apreendido seja menor do que em anos anteriores, é importante reforçar os cuidados com o descarte, destinação e manipulação do produto. Paula reforça que todo o processo de utilização e descarte precisa de um acompanhamento técnico.
“Desde o início da atuação, em 2016, o volume de apreensão diminuiu. Em 2016, primeira edição, foram apreendidos 1863 litros, sendo 24 de produtos vencidos. Já em 2017 foram 1702,55 litros. Sendo 22,8 litros de produtos vencidos. Percebemos que pessoas estão mais conscientes dos riscos dos agrotóxicos e as propriedades têm um acompanhamento técnico maior, mas não podemos relaxar e esquecer dos graves prejuízos causados pelo uso inadequado do veneno agrícola”, afirma a coordenadora.
Segundo o procurador do Trabalho e coordenador da FPI, Albérico Neves, “a equipe Agrotóxico da FPI 2022 também teve um enfoque especial na saúde do trabalhador, a exemplo da fiscalização do local apropriado para armazenamento dos agrotóxicos e correto uso dos equipamentos de proteção individual – EPIs, bem como da necessidade de área para descontaminação e lavagem apropriada das vestimentas utilizadas nessa atividade de grave risco ao trabalhador.”
Para Paula Braz, uma das situações que mais chamou a atenção da equipe foi o flagrante de um trabalhador que realizava as refeições no mesmo ambiente onde os agrotóxicos são armazenados. “Precisamos desenvolver na sociedade uma cultura de atenção e cuidado aos riscos que são causados pelo uso incorreto do veneno para que o meio ambiente e a população não sejam prejudicados”, reforça.
Manuseio do veneno
O processo de prescrição do produto deve ser realizado por um profissional legalmente habilitado, que deve também orientar acerca da forma correta de preparar a calda, fazer a aplicação, lavagem das embalagens e equipamentos, bem como a destinação final. O armazenamento e o transporte também devem ser realizados através de técnicas seguras para o meio ambiente e as pessoas.
Fonte: Assessoria de Comunicação da FPI/SE
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