Segundo o deputado estadual Augusto Bezerra (sem partido), representante da Assembléia Legislativa no movimento, o projeto defendido pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva chega a ser mais truculento que o do seu antecessor, o tucano Fernando Henrique Cardoso. “Eles estão estraçalhando tudo que vêem pela frente. Não respeitam nada, nem ninguém. Eles já conseguiram derrubar as liminares e já marcaram para o próximo dia 17 uma reunião em Brasília, do Conselho Nacional de Recursos Hídricos, com o objetivo de aprovar o projeto de transposição”, relatou o parlamentar.

Governo Federal tem ação truculenta

A audiência em Sergipe será realizada no Centro de Educação e Tecnologia de Sergipe – Cefet/SE (antiga Escola Técnica) -, a partir das 19 horas. “Nós já estamos começando a nos organizar. NO dia da reunião aqui em Aracaju, estamos mobilizando os municípios ribeirinhos para que mandem para o local pelo menos um ônibus com representantes de suas cidades. Desta forma vamos tentar impedir a realização da audiência”, informa Bezerra, que espera que pelo menos 4 mil pessoas compareçam no local no dia 31.

Henry Clay e Luiz Fonseca: ações judiciais e populares

O deputado federal Jackson Barreto (PTB), apesar de aliado do governo Lula pensa de forma parecida. “Estou cobrando do meu governo uma promessa, ainda da época de campanha, de revitalizar o rio São Francisco. Sem o cumprimento dessa promessa não tenho como aprovara, e sequer discutir, a proposta de transposição”, disse. O presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, Luiz Carlos da Fonseca, explicou que a Frente deve exigir a abertura de uma linha de diálogo entre entidades e governo Federal.

Jackson Barreto: adesão formal ao movimento

“Nós queremos que o governo apresente um programa de desenvolvimento sustentável, que não beneficie apenas o Nordeste setentrional. Estamos assistindo, na violência da transposição, a destruição de nosso incipiente Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos. Vamos tentar mostrar ao governo que uma obra hídrica não vai resolver a questão da falta de água na região. Queremos também que este projeto não seja imposto de forma autoritária e que todos os lados possam sentar para negociar”, argumentou Fonseca.

A Frente Nacional engloba, além da OAB e do Ministério Público, membros da Igreja; representantes de governos estaduais; prefeitos municipais; parlamentares estaduais e federais; sindicatos de classe; estudantes; e integrantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e de entidades representativas dos Estados de Sergipe, Alagoas, Bahia e Minas Gerais.