Funcionário da Gol não vai a audiência de conciliação

Diogo Calasans: “Não temos interesse em conciliação”
Está marcada para a próxima quinta-feira, 15, a primeira audiência de conciliação do processo de danos morais movido pelo funcionário da empresa Gol, Diego José Gonzaga contra a médica Ana Flávia Pinto Silva, que teria cometido o crime de racismo contra Diego, ao tentar embarcar para o exterior. Mas, o advogado da vítima, Diogo Calasans adiantou que seu cliente não participará da audiência a partir das 10h30 no Fórum Gumersindo Bessa.

 

Segundo o advogado Diogo Calasans, “a gente não vai para essa audiência, por não ter o interesse em conciliação, o que não prejudica em nada o processo, uma vez que a conciliação é uma faculdade”, afirma o advogado de Diego Gonzaga acrescentando que posteriormente a essa audiência, será marcada uma outra [de instrução e julgamento] quando será obrigatório a presença das duas partes, quando se discutirá o caso de

Emanoel Cacho: “O promotor faz a proposta e ele aceita ou não”
injúria racial.

 

Para o advogado de Ana Flávia, Emanoel Cacho, o caso independe de a outra parte comparecer no próximo dia 15. “Depende do Ministério Público, ou seja, do promotor e do juiz. Nesse caso, é oferecida uma condição, o promotor faz a proposta e ele aceita ou não”, destaca lembrando que a ação cível movida por Diego contra a sua cliente continua em andamento.

 

Relembre o caso

 

No dia 26 de outubro de 2009, Ana Flávia teria chegado atrasada ao guichê da Empresa Gol visando fazer o check-in. Ao ser comunicada que por conta do atraso não poderia embarcar para a Argentina onde passaria a lua-de-mel, ela quebrou equipamentos da companhia aérea e teria agredido verbalmente Diego Gonzaga, funcionário da empresa, o chamando de “nêgo”.

 

Na ocasião, um passageiro filmou a irritação da moça por meio de um aparelho de telefone celular, com as indagações de Ana Flávia: “Quem vai pagar minha passagem? Esse morto de fome que não tem nem onde cair morto? É um “povo bando de analfabeto” [sic] que não tem nem onde cair morto”.

 

Nota

 

O caso foi parar na Delegacia de Grupos Vulneráveis e a médica Ana Flávia divulgou esta nota pedindo desculpas ao funcionário da Gol Empresas Aéreas, Diego Gonzaga:

1 – O episódio foi fruto de um somatório de circunstâncias as quais me afetaram emocionalmente, induzindo-me a uma situação de extremo estresse. Esclareço a todos que minhas atitudes, em nenhum momento, foram revestidas de qualquer tipo de preconceito contra quem quer que seja. Não tive a intenção de macular a honra, a moral e nem a dignidade de ninguém;

2 – Havia contraído núpcias no dia anterior e estava com viagem marcada para as 4h e 45min do dia 26/10/2009 para lua de mel, viagem esta que seria a realização de um sonho, fruto de anos de planejamento e economias;

3 – Que compareci ao guichê da GOL para fazer o check in depois de uma noite atribulada em razão do estresse, ansiedade e desgaste físico relacionados às fases antes, durante e pós núpcias, principalmente naquela noite, contribuindo para a diminuição da tolerância aos já conhecidos tratamentos precários dispensados aos usuários do transporte aéreo;

4 – Após diversas e reiteradas tentativas pacíficas e até mesmo humilhantes de obter acesso ao vôo, já que o avião continuava na pista e outros passageiros ainda estavam no saguão, e ainda em razão das respostas ríspidas que recebera, entrei em pânico e fui acometida por reações impensadas e nunca antes experimentadas;

Assim, venho a público pedir desculpas ao funcionário da GOL , Diego José Gonzaga, e a toda sociedade sergipana pelo lamentável episódio, ao tempo em que me coloco à inteira disposição da justiça para os esclarecimentos que se fizerem necessários.”

 

 

 

 

 

 

 

 

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