“Nós tentamos negociar com eles na terça-feira, mas nenhum ponto de reivindicação foi apresentado. No dia seguinte ele anunciou a greve, e nos enviaram dois pontos de reivindicação, incluindo um que não havia sido pleiteado antes”, afirma o secretário. Segundo ele a equiparação salarial dos agentes estaduais com os agentes federais nunca havia sido mencionada pelo sindicato. “Essa reivindicação significa um aumento de 100% no salário dos agentes. No ano passado a secretaria deu um aumento de 28% para os agentes”, alega Figueiredo. Quanto à reivindicação de concurso público, o secretário afirma que essa não é uma decisão que cabe à Secretaria. Figueiredo garante que a população não será prejudicada com a greve dos agentes prisionais. “Não haverá nenhum prejuízo para a população. Os agentes que não entram em greve acabam cobrindo o serviço dos que entram, que na verdade são muito poucos. Em todo caso a Secretaria está aberta para as negociações com o Sindicato”, diz. Em nota oficial a Secretaria pede o retorno do sindicato à mesa de negociações. A nota declara que a medida da greve adotada pelo sindicato não se justifica e nem obedece a procedimentos legais. Greve
Procurado pela reportagem do Portal Infonet, o secretário de Justiça, Benedito Figueiredo, diz que ficou surpreso quando recebeu a notificação da greve da categoria. De acordo com ele, o anúncio da greve veio logo após as tentivas de diálogo na mesa de negociação. Os agentes penitenciários decretaram greve geral por tempo indeterminado a partir da 0h desta quinta-feira, 27. Benedito Figueiredo, secretário de Justiça
Os agentes penitenciários entrarão em greve geral a partir da 0h dessa quinta-feira, 27, por tempo indeterminado. A decisão foi tomada na terça-feira em assembléia geral da categoria, após uma reunião da mesa de negociações. Os agentes pedem a equiparação salarial com agentes federais e a realização de concurso público. Agentes prisionais durante protesto em janeiro / foto: arquivo Infonet
De acordo com o presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários, Antônio Cláudio Viana, a Secretaria de Justiça e Cidadania não está negociando. “Há 60 dias atrás nós mandamos nossa pauta de reivindicações para a Sejuc, mas até a última reunião na terça-feira, eles não tinham uma resposta. Por isso entramos em greve e elaboramos uma proposta de somente dois pontos, mas que impomos que sejam atendidos”, diz Viana.
O agente afirma que o Sindicato está aberto a negociações, e que greve só terminará quando as reivindicações forem atendidas. Segundo Viana, o sindicato está tomando os cuidados necessários para que a greve não seja decretada ilegal, como aconteceu em 2007. “Nós oficializamos a Sejuc 72 horas antes e vamos manter o efetivo de 30%”, diz. Antônio Claudio Viana, presidente do Sindicato
Por Ben-Hur Correia e Carla Sousa