Greve dos Correios sem previsão para acabar

Paralisação entra no décimo dia sem previsão para chegar ao fim

A paralisação dos funcionários da Empresa de Correios e Telegráfos (ECT) chega ao décimo dia sem previsão para acabar. Em Sergipe, mais de 450 mil correspondências deixaram de ser entregues, o que levou a empresa a montar um “Plano de Contingência” para garantir a entrega das cartas. 

Em audiência realizada na manhã da última quinta-feira, 24, no Tribunal Superior do Trabalho (TST), a categoria não aceitou as propostas apresentadas pela empresa porque consideraram não haver nenhuma novidade.

O que impede o fim da greve, de acordo com o secretário de Políticas do Sindicato dos Correios em Sergipe (Sintec), Ailton Santos, são dois pontos: o Acordo Coletivo Bianual e o desconto salarial dos dias parados. “A proposta apresentada ontem não seria totalmente ignorável, mas nós não concordamos com o acordo a cada dois anos porque é uma tentativa da empresa de ferir o nosso direito de greve e limitar manifestações em pleno ano eleitoral”, diz Ailton.

A proposta salarial oferecida é um acréscimo de R$ 100 ao piso da categoria, que passaria de R$ 648 para R$ 748, mais um reajuste de 4,5%. “Não iremos parar até que aqueles dois pontos sejam alvos de uma nova proposta. Não vamos pagar os dias paralisados do nosso bolso”, avisa o dirigente sindical.

O Sintec fará uma nova reunião com os servidores nesta segunda-feira, 28, às 7h30, no centro de distribuição dos Correios, localizado na Rua Acre. “Qualquer proposta que surja até lá, só será discutida naquele dia”, reforça Ailton.

Correios adotará ‘Plano de Contigência’

Ginaldo diz que a empresa tomará medidas para entregar cartas
Também na segunda-feira, 28, caso os carteiros não voltem ao trabalho, a empresa deve contratar terceirizados e remanejar funcionários dos setores administrativos para garantir a entrega das cartas atrasadas. Aqueles que não aderiram à greve serão convocados a fazer hora-extra, trabalhando inclusive aos sábados.

“Falta aos trabalhadores sensatez diante de uma proposta boa como a que foi apresentada ontem. Um acordo ratificado pelo Dieese, mostrando que há ganhos reais no que foi sugerido”, afirma Ginaldo de Jesus, assessor da ECT. Segundo ele, a expectativa é que o resultado de uma assembléia de outros quatro sindicatos, realizada na tarde desta sexta-feira, 25, possa ditar novos rumos para a paralisação.

“Sindicatos de grandes cidades já deram fim à greve. Se nessa assembléia de hoje os quatro restantes decidirem o mesmo, creio que na segunda-feira tudo volte ao normal”, prevê Ginaldo. Independente disso, lembra o assessor, o plano de distribuição das cartas será seguido, dando prioridade às correspondências urgentes, incluindo contas.

Ele recomenda que as pessoas busquem segunda via, caso não recebam faturas dentro do prazo. Dentro da ação, atenção especial será dedicada ao cartão do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). “Nenhum estudante deixará de recebê-lo”, afirma Ginaldo.

Por Diógenes de Souza e Carla Sousa

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