Grito dos Excluídos leva 5 mil pessoas para a Barão

“Eu vim para que todos tenham vida e tenham vida em plenitude”. Foi parafraseando Jesus que Dom Dulcênio Fontes, bispo auxiliar da Arquidiocese de Aracaju, explicou o sentido do Grito dos Excluídos, que está sendo realizado neste momento, no Centro da capital.

 

A passeata saiu da Praça da Bandeira, por volta das 16 horas, em direção à praça Fausto Cardoso. Estavam presentes muitos estudantes, integrantes de movimentos sociais, como o MST, políticos, sindicatos e pastorais da Igreja Católica.

 

“Os excluídos são tantos que fica até difícil dizer. Mas são todos aqueles que não estão sendo tratados humanamente”, disse Dom Dulcênio. Nessa massa estão os desempregados, os que ficam nas filas dos hospitais a espera de atendimento e até aqueles que trabalham, mas não conseguem sustentar a família.

 

Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Sergipe (Sintese), Joel Almeida, os professores também fazem parte dos excluídos. “Não somos desempregados, mas somos excluídos de vários bens, como os culturais, que são importantes para a nossa formação. Os salários baixos impedem que o professor tenha uma qualidade de vida melhor”, comentou Joel.

 

Dom Dulcênio Fontes, bispo auxiliar de Aracaju
O tema deste ano, “Brasil: em nossas mãos a mudança”, combinou bastante com o momento vivido. Dom Dulcênio lembrou que a corrupção sempre existiu, porém agora veio à tona com mais força. A caminhada parou em alguns pontos para falar sobre desemprego, educação, moradia, saúde e Justiça.

 

Quanto à mudança da data, Dom Dulcênio explicou que ocorreu para atender a pedidos dos manifestantes. “No dia 7 de setembro entrávamos na avenida muito tarde e, às vezes, até ocorria desentendimentos com a polícia. Depois vamos avaliar se a mudança foi benéfica, mas eu acredito que sim”, comentou.

 

Há rumores de que amanhã várias entidades voltarão à avenida para fazer um novo protesto. O de hoje termina na Praça Fausto Cardoso, com a leitura de uma mensagem oficial da Confederação dos Bispos do Brasil (CNBB) e a benção do bispo.

 

CRÍTICAS – No Grito dos Excluídos não faltaram críticas bem-humoradas a atual crise política pela qual o Brasil passa. O Frei Cristiano, pároco do Conjunto Padre Pedro, vestiu-se de político e levou para a avenida uma faixa criticando o mensalão.

 

Frei Cristiano criticou o mensalão
Ele disse que os moradores do bairro Santa Maria, conjunto Padre Pedro e de localidades vizinhas compõe o maior bolsão de pobreza de Sergipe. “São pessoas excluídas de tudo. De infra-estrutura, de saúde, de educação. Há crianças lá com 7 anos e que nunca foram à escola”, criticou o frei.

 

Segundo o frei, o Grito dos Excluídos serve, primeiramente, para conscientizar a sociedade sobre a situação do país. “É também uma oportunidade do povo resgatar sua cidadania, lutando pelos seus direitos. Em segundo lugar, serve para que os governantes despertem para a realidade e tomem providências de melhoria”.

 

Por Janaina Cruz

Da redação do Portal InfoNet

Portal Infonet no WhatsApp
Receba no celular notícias de Sergipe
Acesse o link abaixo, ou escanei o QRCODE, para ter acesso a variados conteúdos.
https://whatsapp.com/channel/
0029Va6S7EtDJ6H43
FcFzQ0B

Comentários

Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência em nosso portal. Ao clicar em concordar, você estará de acordo com o uso conforme descrito em nossa Política de Privacidade. Concordar Leia mais