Imbuaça segue na rotina de ensaios de “Os desvalidos”

Espetáculo estréia no dia 1° de junho e tem patrocínio e apoio da Petrobras A rotina diária do grupo de teatro Imbuaça se resume a ensaios, ensaios e mais ensaios. Tudo para comemorar em grande estilo os 27 anos de atividade do grupo com a peça “Os desvalidos”, do escritor sergipano Francisco Dantas. O espetáculo, que tem patrocínio e apoio da Petrobras, através da Lei de Incentivo à Cultura, tem tudo para ser grandioso e arrebatador. Além do empenho e da qualidade dos integrantes do Imbuaça, dois nomes importantes do teatro nacional estão ajudando na montagem, o diretor Rodolfo Vasquez, da Companhia Sátiros, de São Paulo, e o figurinista e cenógrafo Fábio Namatame, um dos mais renomados do país. A rotina de ensaios é dura. São pelo menos sete horas por dia, todos os dias, para fechar os últimos detalhes da montagem. “Tem dias que ensaiamos até nove, 10 horas, direto, para acertar tudo. É puxado, mas gratificante”, diz o diretor Rodolfo Vasquez. Para ele, a motivação do grupo é essencial para passar pela maratona. “O elenco do Imbuaça é motivador. São pessoas extraordinárias, muito legais, muito talentosas e que estão dispostas a fazer um extraordinário trabalho”. Tanto ensaio tem motivo. O espetáculo tem música e coreografia, o que exige muito dos atores. “O espetáculo se aproxima muito mais de uma linguagem musical do que só o teatro seco, na sua brutalidade. E este mês terá muito mais sacrifício do que os próprios atores pensavam que teria”, diz Rodolfo, que está aprendendo com a cultura nordestina. “Para mim é um universo novo, porque estamos fazendo a cultura nordestina e um autor nordestino, uma linguagem totalmente nordestina para o trabalho. Espero que esse encontro de culturas diferentes gere uma forma diferente de ver a cultura nordestina, recuperando o tradicional, mas buscando novas linguagens”. A produção já está encaminhada. A trilha sonora será assinada pela cantora e compositora Joésia Ramos, que já trabalhou com o Imbuaça em montagens anteriores, como “Irmãs Tenebrosas” e “A farsa dos opostos”. Os trabalhos de coreografia ficarão a cargo de Tetê Nahas e a professora Daniela Faber fará a preparação vocal dos atores. Já o figurino e o cenário serão assinados pelo artista plástico Fábio Namatame. “A idéia é manter a mesma produção da montagem na rua dentro do teatro. A diferença vai ser somente o local, já que no teatro as pessoas ficam sentadas comodamente e o espaço é coberto. Mas a qualidade do espetáculo vai se manter de como se estivéssemos na rua”, diz ele. Para Namatame, o trabalho com o Imbuaça está sendo gratificante. “É bastante importante e estimulante para mim conhecer melhor a cultura brasileira através deles, ver como eles trabalham, interpretam, como eles fazem uma pesquisa, tudo isso me interessa muito. Na verdade é um aprendizado estar aqui com eles”. O cenógrafo ficou impressionado com a agilidade para a produção encontrada em Aracaju. “É uma cidade que não tem um volume de produção teatral como São Paulo e imaginei que fôssemos ter muito mais dificuldade para produzir. E está acontecendo o contrário. Em menos de uma semana a produção vai ficar pronta, o que é muito raro. Só com uma produção muito organizada eu conseguiria em São Paulo e, aqui, eu já consegui”, conta Namatame. A idéia de encenar Francisco Dantas é, segundo os integrantes do Imbuaça, uma maneira de homenagear um escritor que tem um belo trabalho e, também, uma forma de valorizar a cultura sergipana. Além disso, todos no grupo gostam da maneira de escrever de Francisco Dantas e estão apaixonados por sua obra e pela idéia de encenar seus textos. “O texto do Chico é maravilhoso. Cruel, engraçado, triste, complicado, esquisito… O livro propõe muitos caminhos. Ele vai, volta, tem vários narradores, mas passa muito a luta da sobrevivência, a luta do anti-herói que tenta se safar num mundo tão adverso. E na adaptação que o Ivan Cabral e eu fizemos, tentamos puxar para a linguagem direta, transformar toda a complicação do livro numa história com começo, meio e fim, para que as pessoas entendam que tem uma forma dramática, mantendo todas as questões que o livro coloca”, conta Rodolfo. A estréia está marcada para o dia 1° de junho, no Teatro Tobias Barreto, com mais duas apresentações, nos dias 2 e 3 de junho. O Imbuaça fará, ainda, mais dez apresentações gratuitas em comunidades carentes de Aracaju, combinando com atividades ligadas a escolas ou projetos sociais. As datas e os locais das apresentações gratuitas ainda não foram fechadas. Além das apresentações em Aracaju, o Imbuaça já recebeu convites para levar o espetáculo “Os desvalidos” ao Teatro José de Alencar, em Fortaleza, Ceará, durante o mês de junho, e ao Festival Internacional de Teatro de Belo Horizonte, em Minas Gerais, no mês de agosto. O grupo também foi convidado para se apresentar na Espanha, em novembro. Por Márcio Lyncoln Mais informações sobre a área no canal SERGIPE CULTURAL

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