A reunião marcada para esta manhã entre a Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA) e os moradores da ocupação ‘Quirino’, localizada no Distrito Industrial de Aracaju (DIA), não aconteceu. A PMA informa que estará ajudando no possível e que ainda não conseguiu os documentos sobre os terrenos. Já os ocupantes reclamam da demora na entrega dessas informações e continuam preocupados com a liminar de despejo, que tem como prazo de cumprimento às 14h de hoje, 20. Cerca de 500 famílias estão no local
“Ainda existem moradores no terreno da FFB e nossa preocupação é que a polícia retire essas famílias. Quando o oficial de Justiça chegar iremos tentar convence-lo do contrário”, diz Marcos Antonio Soares, representante da invasão, alegando que a prefeitura de Aracaju não fez nada para ajuda-los e ainda desmarcou a reunião.
O secretário Municipal de Participação Social, Rômulo Rodrigues, antecipou-se e, antes do horário marcado para a reunião no prédio da PMA, esteve pessoalmente no DIA informando que irão necessitar de mais um tempo para conseguir os documentos. “Estive no local e conversei com os moradores. Expliquei a eles que a PMA não dispunha ainda dos documentos dos terrenos e que só poderíamos nos pronunciar em cima de fatos concretos”, diz.
Rômulo informou que, a pedido dos moradores, estará encaminhando ofício para a Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania (Semasc) solicitando um cadastramento das famílias que estão na ocupação. “Deixamos um indicativo para nos reunirmos na próxima segunda-feira e fui sincero ao dizer que é muito difícil que a prefeitura possa resolver este problema de imediato”, diz. Marco Antonio e Rômulo se encontraram nesta segunda / Foto: Alejandro Zambrana (Secom/PMA)
O advogado Rodrigo Machado, designado pela Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Sergipe (OAB/SE), para acompanhar o caso, espera que a ordem de despejo marcada para esta tarde seja cumprida conforme foi proferida. “As famílias saíram do terreno da FBB e esperamos que não aconteçam excessos, pois não há mais motivo para reintegração”.
Ele ressaltou que a PMA não cumpriu o acordo que firmou na última reunião, de fazer o levantamento do terreno ocupado. “A prefeitura iria contribuir com o maior número de informações dá área para sabermos se existe alguma irregularidade, mas até agora nada nos foi passado. A informação inicial que temos é que os terrenos questionados judicialmente não estão no cadastro da prefeitura”, diz.
De acordo com Rodrigo Machado, os ocupantes da área irão continuara a reunir documentos que possam ajudar em ações para reivindicar aquelas terras.