Integrantes do MST continuam detidos

Os oito integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, que foram presos no início da manhã de ontem, no município de Poço Redondo, em cumprimento a Mandados de Prisão expedidos contra eles, pelo Juiz de Direito da Comarca de Canindé do São Francisco, Rinaldo Salvino do Nascimento, continuam detidos na 1ª Delegacia Metropolitana. Ontem, após passarem por exames no Instituto Médico Legal, os trabalhadores foram encaminhados para o presídio de São Cristóvão, mas uma decisão judicial forçou que eles fossem transferidos de volta para a delegacia. Estão detidos: Derivan Correia de Lima, Atevaldo Neves da Silva, Juscélio Gomes dos Santos, Edivan Gomes dos Santos, José Correia de Lima, Geraldo Ferreira da Silva, Maria Inês Santos da Silva e Roberto Araújo da Silva. As prisões foram feitas pelo delegado regional de Canindé do São Francisco, Alexandre Pires, com o apoio de outras delegacias da região. De acordo com o delegado Everton dos Santos, diretor da Coordenadoria de Polícia Civil do Interior, os presos estão sendo acusados de Roubo Qualificado, Formação de Quadrilha, Seqüestro e Cárcere Privado. Conforme informações da Secretaria de Segurança Pública, na última terça-feira, dia 09, em Poço Redondo, o grupo teria, supostamente, tomado de assalto um caminhão da empresa baiana Feijó, que transportava proteína de soja. A polícia informou que o grupo estaria utilizando motocicletas e que teria aproveitado a oportunidade em que o caminhão passava por uma estrada de pouco movimento para realizar o roubo. A assessoria da SSP também afirma que o motorista foi arrastado para fora do veículo de forma violenta para, em seguida, ser espancado. A prisão teria sido efetuada embasada em depoimentos de testemunhas e da vítima, que teria reconhecido e apontado os oito integrantes do MST como responsáveis pelo roubo. O líder do MST em Sergipe, João Daniel Samariva, acredita que há uma articulação entre o Governo do Estado e o Poder Judiciário contra os Sem-Terra. “O governador prefere criminalizar o movimento a tentar resolver a situação de miséria e fome do povo”, acusa. Os acusados negam que tenham participado de qualquer saque. O vereador Roberto Araújo, que também está detido, afirma que na data eles estavam apenas participando da manifestação articulada para a data, no município de Poço Redondo. “Não fizemos nada disso. Desconhecemos essas acusações”, afirma.