Jornalismo: motivos para não acabar com o diploma

Esta terça-feira, dia 7 de abril, é comemorado o Dia do Jornalista. Para os profissionais da área a data será marcada muito mais pela reflexão dos rumos que a profissão pode tomar do que por comemoração. Afinal, está em pauta no Supremo Tribunal Federal (STF) o projeto de lei que prevê o fim da obrigatoriedade do diploma de jornalista.

Quem defende o fim da obrigatoriedade, afirma que o jornalismo é uma atividade intelectual “desprovida de especificidade”. Sendo assim como vivemos num estado democrático de direito qualquer pessoa estaria apta a exercer a profissão, sem a necessidade de um diploma de nível superior.

Com o intuito de ampliar este debate e ressaltar o dia daqueles que também fazem o Portal Infonet, a equipe conversou com profissionais, estudantes e professores da área de Comunicação Social, e selecionou alguns motivos para a permanência da obrigatoriedade do diploma. Confira:

George Washington, presidente do Sindicato dos Jornalistas de Sergipe
Informação de qualidade

“Se julgado como procedente, o recurso vai desregulamentar por completo a profissão de jornalista e pôr em xeque um princípio basilar das sociedades democráticas, que é o direito não só à informação, mas à informação de qualidade” – George Washington, presidente do Sindicato dos Jornalistas de Sergipe.

A liberdade de expressão

“Um dos argumentos usados para abolir o diploma de jornalismo é que ele impede a liberdade de expressão. Não entendo este argumento, pois diversos profissionais – economistas, políticos, sociólogos, advogados escrevem diariamente sua opiniões em muitos jornais, blogs e sites. Isso prova que os meios de comunicações estão repletos de pessoas exercendo seus direitos de expressão a cada dia. O jornalista, quanto profissional, não impede que outros especialistas opinem, mas também ampliam a voz do povo. Cobrindo denúncias, greves e procurando sempre renovar as discussões” – Raquel Almeida, editora do Portal Infonet.


Desvalorização da profissão

“Se existe um curso criado pelo MEC acredito que ele é válido, não concordo que de uma hora para outra ele deixe de existir. Se isso ocorrer tem que começar a rever uma série de outros cursos também. Além disso, se passei quatro anos na universidade não foi à toa. É um investimento grande que a pessoa faz, para vir outro que não tem formação e tomar nosso espaço no mercado de trabalho” – Suyene Correia, jornalista especializada em Cultura.


Arícia Menezes, estudante do 7° período do curso de Jornalismo da Unit
Importância da formação

“Toda profissão tem que ser fundamentada com uma formação. Senão não teria necessidade da criação de uma academia. É a mesmo situação de pessoas que conhecem as leis e tem bons argumentos, mas não podem advogar” – Arícia Menezes, estudante do 7° período do curso de Jornalismo da Unit.

Compromisso com a informação e a técnica

“Qualquer outra pessoa sem formação não teria o trato com a informação que um profissional tem. A preocupação em apurar a informação e a forma como apresentar a notícia são fundamentais e quem não tem o conhecimento técnico talvez não consiga fazer isso com ética e responsabilidade” – Leonardo Lotti, jornalista, assessor de comunicação e professor do curso de Comunicação Social da Unit.

Professor Josenildo Guerra destaca as implicações éticas da decisão
Ética

“Um dos aspectos importante do ponto de vista ético é o compromisso com a atividade e com a sociedade. Hoje o profissional entra no mercado de trabalho com conhecimento prévio da missão de um jornalista. Na medida em que qualquer pessoa possa exercer a atividade, vamos ficar reféns daquilo que cada veículo defende. Além disso, a atividade jornalística exige a capacidade de avaliar as implicações do trabalho, a exemplo da relação com as fontes” – Josenildo Guerra, professor da disciplina de Deontologia da Comunicação do curso de Jornalismo da UFS.

Mercado de trabalho

“O diploma acaba diferenciando o profissional, ele não vai ser apenas mais um escrevendo. Até para quem diploma e uma certa experiência a concorrência já á acirrada imagine para a geração

Karinéia Cruz: o QI irá pesar ainda mais em detrimento da qualidade
que está na faculdade e aquela que está chegando aí. O mercado já é restrito e vai acabar ficando mais ainda. E ainda, qualquer um que sonha em escrever e tiver conhecimento – o QI – vai ter mais chances” – Karinéia Cruz, assessora do Sindipema, recém-formada em jornalismo. 

Base teórica

“Extinguir por extinguir não concordo. Pode vir a existir uma outra maneira de formar o profissional que vai atuar na área, um curso de especialização na área após a conclusão de um nível superior em qualquer área. O importante é ter embasamento teórico para exercer a profissão” –  José Araújo, jornalista.

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