Jovens confessam crime e falam que taxista tentou correr

Thiago Leandro: "O que ia embora para a Itália não estudava e usava drogas (Fotos: Portal Infonet)

Os delegados Thiago Leandro e Everton Santos, detalharam na manhã desta sexta-feira, 6, na sede da Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos, a apreensão e a confissão dos adolescentes de classe média alta que mataram, segundo eles, de forma precipitada o taxista Carlos Augusto de Almeida, de 51, no último dia 24 de fevereiro em Aracaju. No depoimentos, eles contaram que o taxista correu ao chegar ao Banho Doce.

O de 17 anos residia sozinho em um apartamento no conjunto Santa Lúcia (Jabotiana) e o de 16, morava com os pais na Atalaia. Os dois já foram encaminhados pela justiça à Unidade Socieducativa de Medidas Provisórias (Usip).

De acordo com o delegado Thiago Leandro, eles confessaram o crime com detalhes e contaram que o taxista passava pela Av. Melício Machado e os dois estavam muito bem vestidos na frente de um condomínio de luxo [São Lourenço], o que não despertou qualquer desconfiança da vítima.

Delegado Everton Santos: "Taxista e veículo escolhidos de forma aleatória"

“Eles pegaram o taxi na porta do condomínio São Lourenço, na frente do Tecarmo, entraram em uma rua de terra na Aruana, numa rua de terra, saíram na praia, dobraram a empresa e chegaram ao banho doce. A fundamentação principal é de que um deles tinha usado muito entorpecente, na hora que fizeram o assalto era uma região erma, o taxista tentou tirar a arma de um deles, mas recebeu uma coronhada e a situação foi controlada e logo depois no Banho Doce, quando a intenção de um deles era deixar o taxista amarrado para poder ter um tempo, e em seguida vender o veículo”, relata.

O delegado contou ainda que o disparo foi efetuado pelo adolescente de 17 anos, quando o taxista desceu no banho doce para ser amarrado. “O taxista teria se assustado e corrido, foi quando o mais novo conseguiu alcançá-lo e o mais velho disparou a arma”, diz.

Famílias e fugas

Armas apreendidas com com os adolescentes

Indagado sobre as famílias dos jovens, Thiago Leandro contou que o padrastro, o pai e a mãe do mais novo foram muito enérgicos. “Eles tiveram uma postura muito firme desde a apreensão no apartamento, disseram que ele tinha boa escola e motivo algum para cometer o crime. O mais velho, a mãe mora na Europa e bancava ele com motocicleta, tinha um apartamento para morar sozinho no conjunto Santa Lúcia. Necessidade financeira não tinham”, enfatiza que o de 16 anos pretendia fugir Arapiraca morar com o pai.

“O outro só não tinha ido ainda para a Itália morar com a mãe porque não tinha tirado o passaporte, mas já estavam providenciando. A mãe, que já tinha conhecimento do crime, pediu ao pai que o deixasse na chácara em Itaporanga D’Ajuda até que ela o levasse para morar na Europa, mas não contou o motivo”, afirma o delegado lembrando que os dois subtraíram 400 reais do taxista e alguns pertences e que a vítima se prontificou a pegar mais dinheiro no caixa eletrônico, mas eles queriam mesmo era o carro para vender, por isso tiraram os adesivos do veículo encontrado no condomínio Estrela do Mar.

Apreensão

Adesivos do taxi foram retirados com o objetivo da venda

O delegado geral Everton Santos informou que a apreensão foi feita nesta quinta-feira, 5, após a Divisão de Inteligência ter captado imagens do ponto que o taxista foi abordado até o ponto que ele foi deixado. “Durante o percurso, foram gastos 40 minutos. As imagens mostraram os autores do crime e foi decidido detê-los ontem porque havia rumores de que iam sair do Estado, um deles para o exterior. Eles confessaram o delito, entregaram a arma e a motivação que era a revenda do veículo, o que demonstra que eles agiram de forma premeditada e que o taxista e o veículo foram escolhidos de forma aleatória”, acredita.

Por Aldaci de Souza