Vítimas falam sobre compra de casas
Em audiência realizada na manhã desta sexta-feira, 4, o juiz da 1° Vara Criminal, João Hora Neto, ouviu quatro vítimas da ex-funcionário da Fundação Municipal do Trabalho (Fundat), Jussara Francisca. A réu é acusada de participar de uma fraude e teria lesado diversas famílias com a promessa da casa própria.
Na ocasião, as vítimas alegaram que Jussara havia fornecido, por intermédio de Rivaldo dos Santos Filho, recibos que comprovavam a inscrição para o recebimento de casas que estavam sendo construídas no Bairro Coroa do Meio para as pessoas que residiam em palafitas, como a diarista Josefa da Silva. “Sempre vivi de aluguel e uma pessoa ligada a Rivaldo me informou que estariam vendendo as inscrições para casas. Eu não queria mais aquela vida para mim e resolvi pagar a quantia que ele havia solicitado (R$ 1.200). Recebi logo depois um recibo com o nome de Jussara, equivalente a R$ 1000 e me informaram que minha casa seria entregue no dia 17 de março de 2007. Até agora, nem a casa nem o dinheiro”, explica Josefa.
A doméstica Maria das Graças passou pela mesma situação e alegou que Jussara sempre evitava contatos nos dias prometidos para entrega das casas. “Ela me garantiu várias datas diferentes e citou o nome de uma mulher chamada Yagda várias vezes, afirmando que ela era responsável pela liberação da casa. A última e mais concreta foi para o dia 17 de março de 2007, quando ela me afirmou que receberia a casa num anúncio feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em comemoração ao aniversário da capital”, disse Maria.
O advogado de Jussara, Ricardo Almeida, diz que a fala das testemunhas foi favorável ao desdobramento do caso, uma vez que comprova a existência de uma terceira pessoa de pré-nome Yagda. “As audiências realizadas na manhã de hoje vieram apenas colaborar com o processo investigativo. Minha cliente já havia confessado sua participação na venda de inscrições, mas alegou que estava sendo orientada por uma mulher que se dizia parente de uma autoridade sergipana. Não sabemos se o pré-nome Yagda é verdadeiro, mas as investigações vão continuar e temos grande interesse nisso”, afirma Ricardo Almeida. Ricardo Almeida diz que investigações continuam
Por Jéssica Vieira e Carla Sousa