Juíza acata denúncia contra jornalista Christian Góes

Jornalista recebe apoio de colegas (Foto: Arquivo Portal Infonet)

Na segunda audiência que envolve o processo contra jornalista Cristian Góes a justiça acatou a denúncia feita pelo Ministério Público Estadual (MPE) a qual acusa criminalmente o jornalista por ter publicado um texto ficcional em que o processante se sentiu enquadrado no enredo. No texto, de caráter literário, intitulado “Eu, coronel de mim”, o jornalista narra em primeira pessoa o retrato do coronelismo e autoritarismo político. A publicação não faz referência a pessoas, datas e lugares.

Embora tenha reconhecido a que o texto não se refere diretamente ao desembargador do Tribunal de Justiça de Sergipe, Édson Ulisses Melo, a juíza Brígida Declerc entendeu que as referências a Coronel e Jagunço das Leis se referem ao governador do estado, Marcelo Déda e desembargador Ulisses, respectivamente.

Já Cristian Góes garante que ele está sendo o primeiro jornalista a ser processado por um texto ficcional. “Eu fui oficialmente acusado na audiência de hoje. A justiça acatou a denúncia. Tenho a absoluta certeza que sou o primeiro réu em Sergipe a ser processado por um texto ficcional. A juíza entende que quando eu falei de coronel eu me referi ao governador e quando mencionei jagunço das leis eu estava me referindo ao desembargador Ulisses. Vale ressaltar que essa é a tese do Ministério Público que por sua vez acatou a tese dos advogados do desembargador”, conta.

Apoio

Em apoio ao jornalista, o Sindicato dos Jornalistas de Sergipe (Sindijor) esteve na segunda audiência, juntamente com parlamentares, estudantes, trabalhadores e líderes sindicais incluindo a Central Única dos Trabalhadores (CUT).

A presidente do Sindijor, Caroline Rejane, lamenta que a liberdade de expressão esteja sendo tolhida. “Nós estamos nos solidarizando ao companheiro Cristian Goes, mas não só por ele, por todos os profissionais da área de Comunicação. Fomos impedidos de participar da audiência, mas estamos aqui para apoiá-lo enquanto colegas de profissão. A liberdade de expressão precisa ser garantida. Esse tipo de processo é muito perigoso porque pode voltar à época da ditadura”, Teme Caroline.

Uma primeira audiência aconteceu em janeiro deste ano, mas não houve conciliação. A próxima audiência está marcada para o mês de Abril.

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