Lampião, 67 anos depois

Todos os anos, Vera Ferreira, neta de Lampião, realiza um evento em homenagem a seu avô. Em 2005, 67 anos após a morte de um dos personagens mais temidos e admirados do Nordeste, a tradicional “Missa da Grota do Angico” será realizada no dia 28, quinta-feira, a partir das 10 horas, na Grota do Angico, em Poço Redondo.

 

Mas Vera tem muito mais a comemorar. Na mesma época foi anunciado que o cineasta cearense Wolney Oliveira já começou as filmagens do longa-metragem “De Virgulino a Lampião”, que deve ser lançado em 2006. O filme contará com depoimentos de cangaceiros sobreviventes e familiares de Lampião.

 

LAMPIÃO E O CANGAÇO – A história de Lampião tem início em 1898, de acordo com a certidão de nascimento original, mas ainda há divergências sobre sua data de nascimento. Ele nasceu na atual Serra Talhada, em Pernambuco, e morreu junto com sua esposa, Maria Bonita, em julho de 1938, em Angico, Sergipe.

 

O personagem do cangaceiro também é cercado de controvérsias: alguns defendem Lampião e outros, em geral os mais velhos, contam histórias de terror sobre sua passagem pelas terras do interior dos Estados. Ele se tornou cangaceiro no início dos anos 20, após o pai ter sido assassinado por um militar.

 

Hoje, o movimento do cangaço é lembrado como bastante expressivo, principalmente por ter acontecido no Polígono das Secas, região do semi-árido nordestino. A estiagem levava vários moradores da região ao desespero. Especula-se que o surgimento do fenômeno tenha acontecido no Século XIX, terminando em 1940.

 

Duas formas de Cangaço foram as mais comuns. Na primeira, grupos de homens armados sustentados por donos de terras ou políticos funcionavam como guarda-costas. Na segunda, existiam grupos nômades, que viviam de assaltos, saques, e não se ligavam a nenhum chefe político ou família, explica o site dos pesquisadores Antonio Amaury Corrêa de Araujo e Vera Ferreira.

 

HOMENAGENS – Para homenagear toda essa história, no dia 27, às 18h30, no Colégio Menino Deus, em Poço Redondo, acontecerá um debate com a presença do pesquisador e escritor Antonio Amaury, de São Paulo (SP); Sérgio Dantas, pesquisador e escritor de Natal (RN); Alcino Costa, pesquisador e escritor de Sergipe; e Expedita Ferreira, filha única de Lampião e Maria Bonita.

 

Uma premiação dos melhores trabalhos sobre o cangaço, desenvolvidos pelos alunos do município, apresentação de um grupo de Xaxado e o cineasta Wolney de Oliveira começando as gravações do documentário a respeito da vida de Lampião e seu bando devem iniciar o ciclo de comemorações.

 

De acordo com a neta do cangaceiro, “além dos historiadores e pesquisadores, participarão também da missa 40 estudantes do curso de história da Universidade Federal Sergipe, que desejam estudar o Cangaço e a sua importância em Sergipe”

 

Hoje, o cangaço já se tornou item turístico vendido em vários pacotes de operadoras de viagens. A Rota do Cangaço é um deles, que relembra os passos do bando pelo Nordeste brasileiro.

Portal Infonet no WhatsApp
Receba no celular notícias de Sergipe
Acesse o link abaixo, ou escanei o QRCODE, para ter acesso a variados conteúdos.
https://whatsapp.com/channel/
0029Va6S7EtDJ6H43
FcFzQ0B

Comentários

Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência em nosso portal. Ao clicar em concordar, você estará de acordo com o uso conforme descrito em nossa Política de Privacidade. Concordar Leia mais