O número de tartarugas mortas registradas no litoral de Sergipe no mês de janeiro de 2021 já é maior do que a registrada em 2020. Ao todo, 266 tartarugas foram encontradas sem vida no litoral sergipano antes mesmo do final do mês, que compreende o período de reprodução da espécie.
Em 2020, 150 tartarugas foram mortas na costa sergipana no mesmo período. “O principal problema aqui em Sergipe é a interação das tartarugas com a pesca, em especial a rede de camarão. Do dia 1° ao dia 15, com as embarcações paradas pelo período de defeso, haviam sido registradas 25 tartarugas mortas. Entre os dias 16 e 27, foram 241 mortas e encalhadas”, afirma o biólogo Fábio Lira, do Projeto Tamar.
As mortes tem acontecido em todo o litoral do estado, especialmente nas praias do litoral sul. Segundo Fábio, existem formas de se precaver dos acidentes. “Existem duas grandes formas que temos trabalhado muito. Uma delas é o uso do dispositivo para a saída das tartarugas. Quando a tartaruga entra na rede, ela tem um espaço que consegue sair. Ainda é muito difícil para os pescadores, mas estamos trabalhando e mostrando a eles, pois o dispositivo não interfere na pesca. Outra coisa seria a mudança do período de defeso para um período que englobasse o mês de janeiro por completo, se possível o mês de fevereiro,” diz o biólogo.
Ao todo, o ano de 2020 teve cerca de 800 tartarugas mortas entre o litoral sul de Alagoas e o litoral norte da Bahia, local que engloba o estado de Sergipe por conta da procura da espécie pelo litoral sergipano.
Por Milton Filho e Aisla Vasconcelos
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