Malvinas: moradores estão insatisfeitos com indenizações

Área terá que ser desapropriada (Fotos: Portal Infonet)

Moradores do Loteamento das Malvinas estão insatisfeitos com os valores das indenizações oferecidas pelo governo do Estado para desapropriação dos imóveis que estão na área que sofrerão os impactos das obras de ampliação do aeroporto.

O pedreiro, José Antônio dos Santos, que há 12 anos mora no local, conta que apesar de ter investido mais de R$ 70 mil em seu imóvel, foi informado de que só poderá receber R$ 35 mil de indenização. “Eles informaram que aqui não tem casa desse valor e que a minha casa teria que ter ao menos 300m² para valer esse dinheiro. Não sei o que fazer, pois eu tinha outro imóvel e vendi para investir aqui nessa casa. Está difícil e uma indenização nesse valor é como se estivesse nos despejando, pois com esse dinheiro consigo comprar apenas um terreno, e não, uma casa”, lamenta.

José Antônio diz que investiu mais de R$ 80 mil no imóvel

O valor também tem preocupado a dona de casa, Maria Laurinda. Ela ainda não teve a sua casa avaliada, mas foi informada pelos vizinhos de que os valores variam entre R$ 30 e 35 mil. “Esse dinheiro compra um terreno, mas não vai dar para pagar um pedreiro e comprar o material. Quando eu sou da indenização, achei que o valor daria para comprar uma outra moradia digna. Se eles não pagarem o valor exato, não vamos sair daqui”, destaca.

As famílias que não estão na área de desapropriação demonstram preocupação com o futuro da comunidade, que segundo ela, existe há mais de 50 anos. “Não é justo ele falarem que são os donos. Os terrenos são nossos, pois a gente planou, limpou e construiu casa. Temos medo, pois mais tarde, outras casas também podem ser envolvidas nessa desapropriação”, afirma a dona de casa, Michele Cardoso.

O valor também tem preocupado a dona de casa, Maria Laurinda

Seinfra

A Assessoria de Comunicação da  Secretaria de Estado da Infraestrutura (Seinfra)  informou que as indenizações obedecem à critérios técnicos estabelecidos através dos valores de mercado.

“Os técnicos fazem um levantamento topográfico e de benfeitorias realizadas nas casas. Chamam os proprietários e informam a avaliação. Se o dono aceitar, o pagamento será feito via processo administrativo. Caso se recuse, a questão será resolvida judicialmente”, explica o assessor de comunicação, Flávio Lima.

Flávio Lima desmente a informação de que os valores não passam de R$ 35 mil. “Há um caso em que uma senhora teve sua casa avaliada e receberá uma indenização de R$ 75 mil”, alega.

Moradores preocupados com a situação

O assessor explica que as mudanças na região fazem parte das obras de ampliação e reforma do aeroporto, que terá a pista de pouso ampliada e o muro reposicionado, ocasionando o deslocamento da avenida. No entanto, as desapropriações agilizadas neste momento, segundo ele, fazem parte do projeto  de urbanização e pavimentação desenvolvido para a área.

A desapropriação de outros imóveis ainda não está totalmente descartada. "Por enquanto, são somente 64 casas. Mas os engenheiros continuam avaliando e se houver necessidade, outras casas serão desapropriadas", finaliza o assessor.

Por Verlane Estácio

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