Material que escorava marquise de edifício é roubado

Marquise condenada: estrutura sem sustentação (Fotos: Cássia Santana/Portal Infonet)

As marquises de antigos prédios instalados no centro de Aracaju se tornaram ameaças constantes para as pessoas que transitam nas calçadas. Em 2010, uma mulher morreu, vítima de desabamento de uma marquise no centro da cidade.

Na avenida Rio Branco, a marquise de um dos antigos prédios, onde funcionou a sede do Diário Associados, foi condenada pela Defesa Civil e vândalos retiraram a estrutura de madeira que escoravam o empreendimento.

A Empresa Municipal de Urbanismo e os proprietários do imóvel foram condenados judicialmente, em primeira instância, a adotar mecanismo para fazer a “fidedigna recuperação” do imóvel, mas, devido aos recursos interpostos pelas partes no processo, permanece pendente de julgamento final a ação judicial movida pelo Ministério Público Estadual.

Segundo informações da assessoria de imprensa, a Emurb chegou a iniciar processo de licitação para demolir a marquise que corre risco de desabamento, mas acabou impedida de dar prosseguimento devido à decisão judicial que impede a demolição. A decisão judicial caminha pelo entendimento da restauração do imóvel, por ser de interesse do patrimônio cultural, mas os proprietários, herdeiros do espólio, alegam dificuldades financeiras e já demonstraram interesse em vender o imóvel em questão.

Riscos

Aline e a filhinha: perigo longe dos olhos

Surpresos, técnicos da Emurb descobriram que o material usado para escorar a marquise condenada foi retirado por vândalos. Acredita-se, conforme a assessoria de imprensa da empresa, que os pedaços de madeira que vinham sustentando a marquise em questão foram furtados, mas não se identificou a autoria do crime.

Segundo a assessoria, técnicos da Emurb estão fazendo nova vistoria no local para identificar que tipo de providência deve ser adotada para reduzir os riscos.

Os pedestres não percebem os riscos e permanecem transitando pelo local, tendo que desviar do tapume e disputar uma parte do asfalto com os veículos em um pequeno trecho da avenida. “Ih! Nem prestei atenção”, reagiu, em conversa com o Portal Infonet, a dona de casa Adriana da Silva, logo depois de passar pelo trecho. “Agora que tô vendo”, completou, sem esconder a preocupação.

Assim como a dona de casa, a revendedora de cosméticos Aline Jayane Santos Souza se aproximou da marquise. “Não, não tenho medo nenhum. Acho que tá seguro”, disse, quando ainda estava um pouco distante do tapume. “Ih!, mas nem tanto assim seguro, né?”, reagiu, quando se aproximou do tapume e percebeu o estado da marquise.

Gilmar: susto ao perceber o perigo

“Nem vi, acho que tinha morrido sem saber como”, comenta o lavador de carro Gilmar Barbosa, que sempre está passando pelo local. Nesta, segunda-feira, 18, ele acabava de passar de bicicleta quando foi interrompido pela equipe de reportagem do Portal Infonet. “Agora, tô ligado”, completou, informando que tomará mais cuidado ao se aproximar daquela marquise.

“Nossa, realmente faz medo. Um negócio desse abandonado, sem ninguém cuidar. Realmente…”, comentou o montador Alisson Mendonça, admirando a estrutura do prédio, momentos depois que passou pela marquise.

O secretário executivo da Defesa Civil, coronel Gilfran Mateus, diz que a prevenção é de responsabilidade da Emurb e que a Defesa Civil só se manifesta quando recebeu denúncias de riscos de desabamento. No Corpo de Bombeiros também não há ação específica para fiscalizar as marquises dos edifícios, segundo informou o capitão Carlos Alves, da assessoria de comunicação do órgão.

A Emurb observa que a grande maioria das marquises dos edifícios do centro da cidade está coberta por letreiros e admite que o órgão não realiza a fiscalização. Segundo a assessoria, a obrigação de manter as edificações em segurança é de responsabilidade dos proprietários, que já teriam sido notificados sobre os riscos destas construções. Como medida preventiva, segundo a assessoria, a Emurb não emite mais licenciamento para execução de projetos de edifícios com marquises.

Por Cássia Santana

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