Os médicos que atendem por planos de saúde decidem em assembléia, que acontecerá na noite desta quarta-feira, se vão paralisar as atividades ou não. Eles lutam pela implantação imediata da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos – CBHPM. A reunião, que será realizada no auditório da Sociedade Médica de Sergipe – Somese -, a partir das 20 horas, marca a retomada das discussões com as operadoras de planos de saúde no Estado. “Ano passado já avançamos as discussões com o Grupo Unidas, e agora vamos sentar com as seguradoras e alguns planos locais, e por último com a Cooperativa”, explica Adelson Severino Chagas, presidente da Comissão Estadual de Procedimentos Médicos. A orientação da Associação Médica Brasileira – AMB – é que a categoria luta pela implantação imediata da CBHPM. “As discussões estão sendo realizadas a nível nacional, mas também em cada Estado, conforme orientação da AMB”, ressalta Chagas. No dia 11 de novembro do ano passado, as entidades médicas de Sergipe, assim como aconteceu em todo o país, realizaram o Dia Nacional de Mobilização para implantação da CBHPM, quando denunciaram durante café da manhã para a imprensa, dos abusos cometidos pelos planos de saúde, que de um lado reajustam seus valores todos os anos, e no entanto não repassam para os profissionais credenciados. Na ocasião, foi relembrada a campanha “Tem Plano de Saúde que enfia a faca em você e tira os sangue dos médicos”, realizada em 2000. De lá para cá, o quadro permanece inalterado. As empresas, que receberam autorização para majorar seus valores em mais 9,27% ano passado, sempre alegam dificuldades. Entretanto os médicos estão há mais de oito anos sem reajuste, sendo que, no mesmo período, as empresas repassaram para os usuários aumentos de até 250% e os custos operacionais dos consultórios tiveram uma elevação de cerca de 200%. Os planos de saúde movimentam quase R$ 30 bilhões anualmente, para atender a um universo de 26 milhões de usuários, enquanto o Ministério da Saúde possui um orçamento de R$ 27 bilhões para prestar assistência a 130 milhões de brasileiros, agora em 2003. Uma consulta médica para usuários de planos de saúde em Sergipe está hoje na média de R$ 25,00. Devido à falta de uma política definida de reajuste dos honorários, os médicos reivindicam, além da recomposição das perdas, a imediata adoção da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM), lançada em junho do ano passado pelas entidades médicas nacionais. O Conselho Federal de Medicina, aliás, já definiu, por intermédio da Resolução 1.673/03, a CBHPM como padrão mínimo e ético de remuneração para os procedimentos médicos na saúde suplementar. “A comissão estadual foi criada com o único objetivo de lutar pela implantação da CBHPM”, explica Adelson Chagas, informando ainda que ela é composta por representantes do Sindicato dos Médicos, AMB em Sergipe, Somese e Conselho Regional de Medicina. Mais notícias da área no canal SAÚDE SERGIPE