SMTT fecha os acessos (Fotos: Cássia Santana/Portal Infonet) |
Os flanelinhas continuam mobilizados tentando convencer a Prefeitura de Aracaju a abrir espaço nos estacionamentos da região central na tentativa de por fim à cobrança pelas vagas disponibilizadas nas proximidades dos mercados na região central da capital sergipana. Nesta segunda-feira, 5, o ex-policial militar Elnatã dos Santos realizou uma nova manifestação isolada, acompanhando de longe pelos flanelinhas e também pela equipe da Guarda Municipal (GMA) e da Superintendência de Transporte e Trânsito de Aracaju (SMTT).
Mas a isolada manifestação ganhou apoio de populares. A aposentada Tereza Ferraz Rodrigues pediu espaço e falou ao microfone, usando um discurso em benefício dos flanelinhas. “Eles não têm meios de sustentar a família, não podemos prejudicá-los. A prefeitura deve arrumar um outro meio para eles, senão eles vão roubar e o maior prejudicado somos nós”, declarou a aposentada.
Tereza: trabalho para os flanelinhas |
O ex-policial militar Elnatã dos Santos prevê queda nas vendas no interior dos mercados e também teme os efeitos de uma possível privatização das vagas de estacionamento existentes na extensão da orla marítima e em outros bairros de Aracaju. “Temos uma grande preocupação sim com isso porque eles já anunciaram que vão colocar estacionamento rotativo na orla, no Siqueira Campos e também no São José”, enalteceu Elnatã.
O flanelinha José Edmilson Menezes, 34, não esconde a revolta. “Olha aí, eles fecharam tudo, não tem mais carro e a gente tá aqui sem ganhar um conto. Não sei como vai ser”, desabafou. O superintendente da Guarda Municipal, Wilton Márcio Rodrigues de Jesus, informou que a prefeitura manterá o efetivo permanente no local para impedir a atuação dos flanelinhas e “garantir a ordem pública”. Segundo enfatizou, as equipes serão mantidas durante o dia com o efetivo extra até às 18h e com o efetivo ordinário com escala de 24 horas.
Estacionamento: vagas sobrando |
O coronel José Carlos Cruz, diretor de trânsito da SMTT, garantiu que as alternativas de trabalho para os flanelinhas foram encaminhadas pela secretária Georlize Teles, da Defesa e Cidadania Municipal. Mas, conforme ressaltou, as alternativas foram rejeitadas. Ele explica que, aqueles com escolaridade foram orientados a encaminhar currículo à empresa que explora o estacionamento rotativo e para aqueles sem escolaridade foi sugerida a formalização de uma associação destinada à comercialização dos tíquetes do estacionamento com margem de lucro de 20%. “Mas eles não querem nada disso. Eles querem o domínio do espaço público e isto nós não vamos permitir”, informa o diretor.
A classe empresarial aplaude a iniciativa da prefeitura. “Os estacionamentos estão vazios porque antes eram ocupados pelos próprios donos de lojas ou funcionários das lojas e de empresas públicas que passavam todo o dia. Agora será melhor para o cliente que encontrará vaga com facilidade”, reage o empresário Maurício Vasconcelos, vice-presidente da Associação Comercial de Sergipe (Acese). “Naturalmente que toda mudança passa por um processo de adaptação, mas com a medida vai existir vagas para o consumidor”, concorda o empresário Alexandre Porto, coordenador do Fórum Empresarial de Sergipe.
Por Cássia Santana
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