Militares da reserva protestam com fechamento de avenidas em Aracaju

Uma nova mobilização de policiais militares da reserva de Sergipe está provocando a interdição de quatro das principais vias de Aracaju durante a manhã desta terça-feira, 18. O ato é conduzido pela Associação de Militares da Reserva (Amese), que concentra os policiais no ponto de cruzamento entre as avenidas Hermes Fontes, Pedro Calazans, Barão de Maruim e Desembargador Maynard e novamente reivindicam um diálogo com o Governo do Estado a fim de retomar o pagamento de subsídios que eram efetuados há mais de 20 anos aos membros da reserva.

“O próprio governador está nos emparedando”, diz o presidente da associação.

A pauta dos manifestantes permanece focada na decisão do Estado, tomada a partir de recomendação do Tribunal de Contas (TCE), em suspender benefícios para militares que estão aposentados, o que, segundo a Amese, representa uma subtração de mais de R$ 800 do salário dos inativos. “O próprio governador está nos emparedando e nos forçando a isso [..] Ele não senta, não conversa, não dialoga. Nós estamos aqui com pessoas que têm câncer e estão no sol, é uma humilhação.”, diz o presidente da associação, sargento Jorge Vieira.

Além das reivindicações dos inativos, questões referentes aos militares da ativa estão sendo levantadas no manifesto, entre elas a reivindicação por reajustes dos subsídios com correção da inflação, fato que não ocorre há oito anos, e do vale-alimentação, atualmente pago no valor de R$ 8.

Policial Militar desde 1984, José Damião explica que em 1991, quando tinha sete anos de corporação, levou a pior em uma ocorrência policial e perdeu os movimentos das pernas, tendo que amputá-las e se aposentar precocemente do ofício. Ele conta que pratica outras atividades, mesmo com as limitações impostas pela falta dos membros, para arcar com os custos que giram em torno de R$ 2 mil ao mês. “É uma situação que você não pede para ter. O corpo fica todo sensível e é preciso o uso de remédio continuamente”, explica.

José Damião é policial há mais de 30 anos. Em 1991 – sete anos depois- perdeu as duas pernas durante uma ocorrência policial. (Foto: Portal Infonet)

A mobilização está sendo acompanhada pelas equipes da Superintendência Municipal de Trânsito, que orientam os condutores a buscarem vias contrárias ao sentido Praça da Bandeira, ponto onde estão os manifestantes. Pelo Twitter, a SMTT publicou: “Por causa da manifestação que está acontecendo na avenida Barão de Maruim X Hermes Fontes, está sendo feito um desvio pela rua Siriri. Agentes de trânsito estão no local, organizando o fluxo e orientando os condutores. Trânsito lento e a SMTT orienta os condutores a utilizarem rotas alternativas.”

Em contraposição à manifestação, o Governo de Sergipe informou que existe uma ação judicial imposta pelo movimento dos militares contra a orientação do TCE e que aguarda o resultado desta para tomar uma nova posição.

por Daniel Rezende

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