Moda praia: tendências se tornam cada vez menos seguidas neste verão

Com uma proposta incomum, a tendência da moda praia para este verão é não seguir tendências, aponta designer

O verão já começou e com ele a moda praia volta a tomar conta das vitrines e anúncios digitais. Entre modelos em alta e tendências a serem seguidas, a percepção sobre a moda vem mudando nos últimos tempos. A ideia de ter um corpo ideal para utilizar maiôs e biquínis também mudou.

Designer de moda, Rafa Castro (Foto: Arquivo pessoal de Rafa Castro)

Segundo a designer de moda, Rafa Castro, seguir as tendências da moda é ser o mais original possível. “Tendências funcionam a curto prazo, algo que você compra para usar e estar por dentro das novidades, meses, semanas ou dias depois, já não estão mais em alta. Ser original e autêntico é a nova tendência”, declara.

Outro fator levado em consideração na hora de aproveitar o verão com os trajes de banho é a insegurança por não estar dentro dos padrões impostos pela sociedade, que para Rafa Castro, esse tabu se torna cada vez mais forte. “A mulher sempre tem que servir em um molde, estar dentro de um padrão e isso é inadmissível”, desabafa. “Existem vários tipos de corpos e a indústria com frequência sempre apresenta apenas um, por isso, muitas mulheres ficam inseguras quando pensam em usar um biquíni ou um maiô”, completa.

Diversos corpos e diversas formas

De acordo com a designer, para se vencer a barreira da insegurança, é preciso que exista representatividade nas marcas e uma permissão das próprias pessoas para usar o que bem entender. “Não é fácil, é um processo que só acontece quando se existe uma permissão. O objetivo não é usar aquilo que a indústria impõe e afirma estar em alta, mas sim utilizar algo que faça a pessoa se sentir bem e que proporcione um bem-estar”, explica. “É lembrar que vamos à praia para relaxar, se divertir e aproveitar, então quando usamos algo que deixe a gente confortável fisicamente e mentalmente, poderemos aproveitar 100% o lazer”, completa.

Ainda segundo Rafa, por aí existe um mercado segregador, mas quando se existe representatividade de verdade se torna possível, de fato, que as pessoas usem o que elas quiserem sem medo de serem julgadas e sem ligar para a opinião alheia. “Se existe diversidade, é possível vencer esta barreira”, pontua.

Severinas

A loja existe desde 2018 e as compras são efetuadas de forma digital (Foto: Arquivo pessoal de Rafa Castro)

A marca construída por Rafa Castro, Severinas, apresenta um conceito especial para a designer. “Eu quis criar uma marca com base naquilo que acredito, uma marca que tivesse autonomia e autenticidade”, declara. “O meu objetivo é vender o nordeste para o Brasil inteiro. É isso que almejo há dois anos, desde a construção da marca”, comenta.

A designer aponta que a existência de marcas que tenham representatividade são importantes para a construção de uma moda mais consciente e inclusiva. “Antes eu vendia peças prontas, ia pra fora comprá-las, mas depois me dei conta de que eu podia fazer muito mais e, por isso, a marca hoje é considerada um pedaço de representatividade, assim como a moda tem que ser”, ressalta.

A loja Severinas pode ser encontrada neste site e também no perfil do instagram.

Por Isabella Vieira e Aisla Vasconcelos

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