Moradores do M. Freire querem mudar local do novo Cenam

Moradores não querem novo Cenam em frente as suas residências (Fotos: Portal Infonet)

A discussão sobre a obra do novo Centro de Atendimento ao Menor (Cenam) tem criado um impasse entre moradores do conjunto Marco Freire I, Ministério Público Estadual e Fundação Renascer. Um dia após a reunião entre membros do MPE e o presidente da Fundação Renascer que discutiram o retorno da obra, foi a vez dos moradores e lideranças comunitárias da região se reunirem para discutir suas insatisfações quanto ao local previsto para receber o novo Cenam, justamente em frente a dezenas de residências da Rua Projetada, em Nossa Senhora do Socorro.

A principal preocupação dos moradores é que ocasiões, como as fugas já registradas no atual prédio do Cenam, se repitam no novo ambiente. Lideranças comunitárias acusam que a escolha do local foi feita de forma arbitrária e sugerem que sejam realizadas audiências públicas com o MPE para que a comunidade do Marco Freire I seja ouvida.

Cosmo: decisão e arbitrária

“Não pode vir para cá porque estamos falando de uma área que num raio de 300 metros, tem shopping, hospital, escolas, locais de lazer e, o mais importante, residências de pessoas humildes e de bem. Essas pessoas vão viver com medo a partir de agora? Porque assim que ocorrer uma fuga, é certo que os fugitivos correrão para as casas. Eles não podem decidir onde será o local sem antes consultar os moradores”, desabafa o líder comunitário Cosmo.

A pretensão dos moradores é participar da sessão na Câmara dos Vereadores nesta quinta-feira, 5, às 9h, que terá a presença do presidente da Fundação Renascer, Wellington Mangueira. A sugestão da comunidade é que o novo prédio do Cenam seja construído em outro local, mais distante de residências.

Terreno que receberá novo prédio do Cenam fica localizado na rua Projetada

“O Ministério Público precisa ouvir os moradores e enxergar que mais tarde, essa obra só trará prejuízos para essa comunidade. Não temos segurança para gente no dia-a-dia, imagina trazendo o Cenam pra cá podendo ocorrer inúmeras fugas”, enfatiza Cosmo.

Fundação Renascer

Na reunião da última terça-feira, 3, com os promotores do MPE, Wellington Mangueira, da Fundação Renascer, já havia dito que não há motivos para esse tipo de preocupação. “As pessoas estão confundindo achando que a unidade deve ser construída no centro da Floresta Amazônica. As paredes da unidade serão feitas no mais alto nível tecnológico, pra evitar possibilidades de buracos, mas não haverá esse problema porque a proposta é de 20 mil metros quadrados, é de humanizar, fazer lazer, todo tipo de esportes. Defendemos os direitos da Criança e do Adolescente e vejo a paralisação das obras como uma incompreensão, muitos pensam que o novo Cenam deve ser feito em ambientes deslocados das áreas urbanas, isolado como se fosse um lixão. Criança não é lixão, essas crianças que cometeram atos infracionais são produtos de uma sociedade excludente, que humilha e não valoriza o trabalhador”, disse.

Por Ícaro Novaes e Verlane Estácio

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