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Agua do Rio Poxim invadiu os barracos e moradores perderam móveis e comida (Fotos: Portal Infonet) |
A grande quantidade de chuvas que caiu no estado no mês passado deixou um rastro de problemas para os moradores da invasão do conjunto Maria do Carmo no bairro Rosa Elze, em São Cristóvão, região metropolitana da capital. Muitas das famílias perderam o pouco que tinham e reclamam de não ter assistência da Prefeitura.
Nos barracos localizados às margens do Rio Poxim, construídos com pedaços de papelão e madeira, a água chegou a subir quase um metro. “Perdemos os móveis e a comida que tínhamos. Agora estamos abandonados”, lamentou Daiane Conceição da Silva, 18 anos, mãe de um bebê de cinco meses. Ela disse que apenas no dia 10 deste mês quinze das 400 famílias que residem no local receberam cestas básicas da Prefeitura. Havia a promessa de que todos os afetados pelas chuvas receberiam colchões, mas eles não chegaram.
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Valquíria exibe local onde a água atingiu |
“Disseram que a gente quem não recebeu aqui deveria procurar o CRAS [Centro de Referência em Assistência Social], mas quando chegamos lá não nos deram nada. Só nos fizeram de burros”, acrescentou a jovem.
A mãe dela, Silmara Maurícia da Conceição, que vive em um barraco há três anos, disse que a cesta básica recebida pelas famílias continha itens estragados. “A manteiga nem derretia e a sardinha e o charque estavam estragados. A farinha estava azeda e o leite nem ferveu. Meus filhos passaram mal ao comer”, reclama. Ela disse que os filhos só estão dormindo em colchões porque ela e outras vizinhas ganharam algumas unidades de famílias do bairro América. “Fomos buscar lá a pé, porque se não íamos dormir no chão”, lembrou.
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Daiane exibe até onde a agua chegou no barraco |
A desempregada Valquíria Thomás dos Santos disse que nos seis anos em que vive na comunidade nunca recebeu a visita de assistentes sociais da prefeitura. Ela disse também que nunca ouviu falar em programas habitacionais para livras as famílias carentes da invasão. “Todas as vezes que chove alaga. Só lembram da gente quando é campanha eleitoral. Perdi tudo o que tinha, a geladeira eu só salvei porque coloquei em cima da mesa. A casa está oca”, ressalta.
Prefeitura
Procurado pelo Portal Infonet o assessor de comunicação da Prefeitura de São Cristóvão, Pedro Rocha, negou que os alimentos doados às famílias estavam estragados. Ele disse que todas as cestas básicas foram compradas de maneira emergencial, o que impossibilitaria que tal problema ocorresse.
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Itens perdidos pelos moradores foram acumulados no local |
Rocha disse não ter informações sobre a entrega dos colchões não ter sido efetuada. Ele explicou que os alimentos só foram doados às famílias mais afetadas; algumas delas foram alojadas em uma escola municipal. Os projetos habitacionais “estão em andamento, mas nenhum deles foi aprovado”, disse.
Por Diógenes de Souza
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